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Naomi Campbell diz que não ganharia nada com depoimento falso

11/08/2010 09h51

LONDRES (Reuters) - A modelo britânica Naomi Campbell disse nesta terça-feira que nada teria a ganhar não falando a verdade em seu testemunho no Tribunal de Haia sobre "diamantes de sangue" e que foram dolorosas as insinuações de que não se importa com o sofrimento na África.

Em comunicado emitido cinco dias depois de depor em Haia, no julgamento do ex-presidente liberiano Charles Taylor por crimes de guerra, Campbell se descreveu como "uma mulher negra que apoia e sempre apoiará as boas causas, especialmente na Africa".

"Não teria motivos aqui. Nada a ganhar", disse ela.

Campbell, de 40 anos, declarou na semana passada que recebeu algumas "pedras com aparência suja" depois de participar com Taylor e outras pessoas de um jantar beneficente em 1997, na África do Sul, mas que não sabia se eram diamantes de sangue ou de quem tinham vindo. Ela os entregou no dia seguinte a uma entidade beneficente sul-africana.

Depoimentos prestados na segunda-feira ao tribunal pela atriz Mia Farrow e a agente de modelos Carole White, que também estavam no jantar, contradisseram parte das declarações de Campbell.

"Naomi Campbell estava na África do Sul ajudando uma entidade beneficente, ficou com os diamantes por poucas horas e os entregou para um representante do fundo Nelson Mandela de assistência às crianças. Ela não estava em julgamento em Haia e cooperou tanto com Haia quanto pôde", diz o comunicado.

Campbell foi convocada pelo tribunal para reforçar as alegações de que Taylor recebeu diamantes de sangue de rebeldes em Serra Leoa e os usou para comprar armas.

Ele nega 11 delitos, incluindo estupro, escravidão sexual e convocação de crianças para serem soldados nas guerras da Libéria e Serra Leoa.

O comunicado, emitido por uma agência de relações públicas, disse que Campbell tem um longo compromisso de apoio a boas causas, especialmente na África.

"A insinuação de que Campbell de alguma maneira não se importa com a situação daqueles que sofrem na África é ridícula e dolorosa", afirma o texto.

(Reportagem de Jill Serjeant)