"Diamantes de sangue" de Naomi Campbell são entregues à polícia
JOHANESBURGO (Reuters) - O homem que recebeu diamantes brutos da supermodelo britânica Naomi Campbell, após um jantar de caridade em 1997 com o então presidente sul-africano Nelson Mandela, disse nesta sexta-feira que os entregou à polícia.
Jeremy Ratcliffe, ex-administrador da organização beneficente do Fundo Mandela para as Crianças, afirmou em um comunicado que pegou os três diamantes de Campbell um dia depois que a modelo os recebeu porque temeu que ela pudesse infringir a lei se os tirasse da África do Sul.
Depondo na quinta-feira no julgamento do ex-presidente da Libéria Charles Taylor, no tribunal de crimes de guerra de Haia, Campbell disse que recebeu algumas "pedras de aparência suja" após o jantar de caridade. Mas afirmou que não sabia se eram diamantes de sangue e se o doador não identificado tinha sido Taylor.
"Naomi sugeriu que as pedras poderiam beneficiar o Fundo Nelson Mandela para as Crianças, mas eu disse a ela que não envolveria a entidade em qualquer coisa que pudesse ser ilegal", disse Ratcliffe. "No fim, decidi que eu deveria simplesmente guardá-las."
"Um fator que me influenciou a não denunciar o caso a ninguém foi o desejo de proteger a reputação do Fundo, do próprio Nelson Mandela e de Naomi Campbell, nenhum dos quais estavam se beneficiando de qualquer maneira."
Ratcliffe entregou as pedras na quinta-feira, pouco após o depoimento de Campbell, disse o porta-voz da polícia Musa Zondi.
"As pedras estão sendo entregues agora ao conselho de diamantes para serem autenticadas. O que será feito com elas a seguir depende de outros fatores, mas possuir diamantes brutos é um delito", disse Zondi.
O porta-voz da polícia disse que a decisão sobre investigar o assunto mais a fundo ou registrar acusações criminais será tomada depois da conclusão do processo de autenticação.
Charles Taylor é alvo de 11 acusações de instigar assassinatos, estupros, mutilações, escravidão sexual e recrutamento forçado de crianças para a guerra durante conflitos na Libéria e Serra Leoa, nos quais mais de 250 mil pessoas foram mortas. Ele nega todas as acusações.
(Reportagem de Xola Potelwa e Marius Bosch)
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