Topo

Sequência de "O Fantasma da Ópera" é apenas "sombra do original"

Atriz britânica Summer Strallen (dir.) interpreta Meg Giry durante ensaio do musical "Love Never Dies" ("O Amor Nunca Morre"), sequência de "O Fantasma da Ópera", no Teatro Adelphi, de Londres, Reino Unido (09/03/2010) - Catherine Ashmore/Efe
Atriz britânica Summer Strallen (dir.) interpreta Meg Giry durante ensaio do musical "Love Never Dies" ("O Amor Nunca Morre"), sequência de "O Fantasma da Ópera", no Teatro Adelphi, de Londres, Reino Unido (09/03/2010) Imagem: Catherine Ashmore/Efe

MIKE COLLETT-WHITE E NICKIE OMER

10/03/2010 12h40

LONDRES - As comparações com o original foram inevitáveis quando Andrew Lloyd Webber resolveu escrever uma sequência de seu musical recordista "O Fantasma da Ópera."

Depois da première mundial do musical, na noite de terça-feira no Teatro Adelphi, em Londres, o consenso entre a crítica especializada foi que "Love Never Dies" não passa de uma sombra do espetáculo visto por mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo desde 1986.

O novo musical leva adiante a história do Fantasma, que deixou seu esconderijo no Teatro de Ópera de Paris e, dez anos mais tarde, assombra os parques de diversões de Coney Island, em Nova York.

Nem todas as resenhas foram negativas, mas vários críticos destacados foram impiedosos ao descrever a sequência, entre eles Ben Brantley, do New York Times.

Ele não foi o único a considerar a trama da sequência confusa e implausível.

  • Catherine Ashmore/Efe

    Atores Ramin Karimloo e Sierra Boggess durante ensaio do musical (09/03/2010)

Críticas
O crédito pelo libreto é atribuído a quatro pessoas: o próprio Lloyd Webber, o escritor teatral Glenn Slater, o romancista Frederick Forsyth e o comediante Ben Elton.

"Se você não conhece o primeiro 'Fantasma', ficará muito confuso; se você o conhece, ficará muito confuso também," escreveu Brantley.

Quentin Letts, do Daily Mail, não foi tão negativo em relação a "Love Never Dies," mas concluiu:

"Um sucesso? Não chega a tanto... Mas, se é um fracasso, é um fracasso nobre, porque a música cada vez mais operática de Lloyd Webber procura nos elevar a um plano mais alto."

Benedict Nightingale, do "The Times", disse que sentiu falta "do clima de ameaça, de horror, de trevas psicológicas" de "Fantasma da Ópera."

Já o crítico Charles Spencer escreveu no "Telegraph" que "Love Never Dies" é o melhor espetáculo de Lloyd Webber desde "Fantasma," "com melodias maravilhosas que nos assombram e um romantismo pungente que fez arrepios percorrerem minha espinha."

As resenhas divididas vieram após uma campanha lançada na Internet por um número pequeno de fãs inveterados de "Fantasma," que atacaram "Love Never Dies" antes mesmo de sua estreia.

Lloyd Webber fez pouco caso dos comentários, mas admitiu que eles dificultam o lançamento de um musical na era digital.

"Se a Internet existisse na época em que foram lançados 'Cats', 'Les Miserables' e 'Fantasma da Ópera', a gente teria praticamente sido obrigado a desistir," disse ele à Reuters.

"Love Never Dies" chegará à Broadway em novembro e à Austrália em 2011.