Redes indígenas dentro da Bienal viram "refúgio fashion" no SPFW
SÃO PAULO (Reuters) - Esqueça o corre-corre dos desfiles de moda. Ser fashion agora é descansar --e de preferência em uma das diversas redes indígenas esticadas dentro do prédio da Bienal, onde acontece a 22a edição do São Paulo Fashion Week.
O conjunto de redes, chamado de rendário, já virou refúgio dos fashionistas que circulam pelo evento. Há os que tiram os sapatos, os que trabalham em seus laptops e os que lêem livros como se estivessem bem longe do tumulto das salas de desfile.
"Com certeza isso aqui vai ser disputado a tapa", disse a modelo Eliana Weirich, 19 anos, que fez quatro desfiles nesta quarta-feira, primeiro dia de SPFW. "Vim correndo quando vi de longe, de fato é um ambiente diferente do que se espera no mundo da moda."
As redes têm as mais variadas formas, de acordo com tribos indígenas, e ficam penduradas em troncos de árvores, com TV de plasma e fones de ouvido, no andar térreo. Um cartaz explica que elas estão ali para ajudar na interação do público, que muitas vezes circula estressado pela Bienal.
"Este espaço foi concebido como um espaço de relações. Um espaço para prestar atenção, fazer contato, buscar sentido", diz o texto da organização. "As redes nos definem, nos unem, nos mantêm informados e conectados."
A iniciativa do SPFW vem na linha do tema desta edição, que pede uma moda consciente e a sustentabilidade do setor através de ações que preservem o meio ambiente.
Toda a cenografia do evento foi feita de papelão branco liso, assim como as entradas dos lounges. No segundo andar, há uma exposição de manequins com criações de estilistas do SPFW feitas com material reciclado e tecidos politicamente corretos.
(Por Fernanda Ezabella)