Laurence Fishburne rejeitou 'Pulp Fiction' por romantização de drogas
Laurence Fishburne contradisse o diretor Quentin Tarantino sobre o seu motivo para ter rejeitado o papel de Jules em "Pulp Fiction", que acabou ficando com Samuel L. Jackson, mas foi originalmente oferecido a ele.
Enquanto Tarantino disse que Fishburne recusou o filme por Jules "não ser um papel de protagonista", o ator contou ao Vulture que seu problema com o roteiro era outro: uma espécie de romantização da droga heroína.
Eu só me incomodei com a forma como o uso de heroína era tratado no filme. Eu achei que era meio casual, como se não fosse nada. Achei que fazia com que o uso de heroína fosse atraente para o espectador. Para mim, nunca é só uma questão de quem é o meu personagem, e sim do que o filme todo está dizendo. [...] Aquela cena toda com a agulha hipodérmica e a injeção de adrenalina? Não, obrigado.
Laurence Fishburne conta por que recusou papel em "Pulp Fiction"
Fishburne ainda rebateu Tarantino ao dizer que considera, sim, Jules o protagonista do filme. "Sam [Jackson] rouba aquele filme todo. Ele usou aquele personagem para construir toda uma carreira de protagonistas. O que você está dizendo? É um ótimo papel", definiu.
O ator falou também sobre a cena em que Marsellus Wallace (Ving Rhames) é violentado sexualmente:
Eu li o roteiro e fiquei pensando: 'Por que o filho da p*ta mais durão, o cara negro, está nesta cena sendo estuprado por esses branquelos caipiras?' Mas quando falei com Ving sobre isso, ele me disse que muitos caras já o agradeceram por interpretar aquela cena. Isso acontece com muitos caras, eles são violentados, e isso não significa que eles deixam de ser homens. Eu não era evoluído o bastante, naquela época, para pensar por esse lado, mas Ving era.
Laurence Fishburne sobre papel de Marsellus no filme
Outro papel que Fishburne recusou por motivos parecidos foi o de Radio em "Faça a Coisa Certa" (1989), clássico de Spike Lee. O personagem acabou ficando com Bill Nunn.
Fishburne disse que não se sentiu confortável com algumas "liberdades artísticas" tomadas pelo diretor.
O filme foi inspirado nos eventos em Howard Beach [em Nova York, onde Michael Griffith foi assassinado em 1986], e eu senti que, se aquela pizzaria de um proprietário branco existisse dentro daquela comunidade negra por tanto tempo, ela faria parte da comunidade. Mesmo se houvesse uma rebelião nas ruas, ninguém queimaria a pizzaria do cara branco que está ali há décadas. [...] Pareceu improvável para mim.
- Laurence Fishburne explica seu problema com 'Faça a Coisa Certa'
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