Michael Jackson, assédio e revolta do elenco: os bastidores do 1º X-Men
A franquia X-Men chega ao 20º aniversário neste ano. Com altos e baixos, sua origem, no filme "X-Men: O Filme", já teve uma grande dose de polêmicas, como conta uma extensa matéria do site The Hollywood Reporter.
Os problemas giram em torno de Bryan Singer, diretor que comandou o projeto, teve problemas no set e, mais tarde, foi alvo de acusações de assédio sexual que o afetam até hoje.
Michael Jackson no filme?
O primeiro causo inusitado foi o das reuniões com Michael Jackson. O cantor estava interessado em interpretar o professor Xavier, como conta o produtor Lauren Shuler Donner.
Eu falei pra ele: 'Você sabe que o professor Xavier é um cara mais velho?'. E Michael disse: 'Sim. Eu posso usar maquiagem'"
A 20th Century Fox nunca levou a ideia a sério, e o papo não deu em nada. Patrick Stewart assumiu o papel.
Dramas com o diretor
Bryan Singer tinha apenas 34 anos na época da produçao do primeiro filme, que é considerado um divisor de águas nos filmes de super-heróis, como diz Tom Rothman, presidente da Sony.
'X-Men' foi um filme pioneiro. Você precisa lembrar que ele veio antes de 'Spider-Man'. Foi a primeira grande adaptação da Marvel para atingir grandes audiências"
Nos bastidores, houve relatos de crises, abusos de droga e briga entre roteiristas. Um ator que esteve no filme processou a produção, alegando ter sido estuprado por pessoas ligadas a Bryan Singer.
Um executivo não identificado fala assim da época:
Seu comportamento foi terrível. Nós acomodamos as coisas no primeiro filme, acomodamos no segundo... E seguidamente. E criamos um monstro"
Donner adiciona:
É um negócio engraçado, o cinema. Nós honramos criatividade e talento. Inconscientemente, acho que fechamos os olhos para o resto que estava acontecendo"
Singer passou a lidar com processos antes de X-Men, como o dos atores de "O Aprendiz" (1988), que alegaram que foram obrigados a tirar a roupa para uma cena. Ainda assim, "X-Men" ganhou um orçamento de US$ 75 milhões com ele à frente.
Nos bastidores de "X-Men: O Filme", que contou com Hugh Jackman, Halle Berry e Anna Paquin, houve acusações de que Singer trocava papéis por sexo. Um caso emblemático foi do desconhecido Alex Burton, então com 18 anos e sem qualquer experiência notável, interpretando Pyro.
Outra treta que piorou tudo foi entre Singer e o produtor Tom DeSanto. DeSanto tentou interromper uma gravação, porque Singer estava alterado por drogas. A filmagem aconteceu e Singer foi defendido mais uma vez.
No entanto, isso levou a insatisfação do elenco. Muitos ameaçaram deixar o filme caso DeSanto fosse retirado da produção. Halle Berry teria dito: "Você pode dizer adeus a mim". Tanto o produtor quanto Singer negam esta cena.
X-Men virou uma franquia de sucesso no cinema, apesar dos problemas. Mas Singer viu a lista de processos aumentarem e a conta chegou quando ele foi retirado de "Bohemian Rhapsody", a cinebiografia de Freddie Mercury e o Queen, já com influências do movimento #MeToo.
Donner encerra com uma frase que mostra o quanto a mistura entre pessoa e obra é complicada:
Vocês precisam entender. O cara era brilhante. É por isso que o toleramos por tanto tempo. Se ele não fosse tão fodido, seria visto como um grande diretor"
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