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Banda de live interrompida nega aviso de ação policial e relata 'terror'

Do UOL, em São Paulo

27/07/2020 12h10

O vocalista da banda de pagode Aglomerou, que teve ontem uma live interrompida por uma operação da Polícia Civil em Angra dos Reis (RJ), disse hoje que não houve aviso dos policiais e que os músicos viveram "momentos de terror" por causa da surpresa com a ação.

"A gente passou momentos de terror, ficamos muito assustados, a gente ficou sem entender nada. E quando a gente ouviu os primeiros disparos só pensou em proteger nossas vidas, e aí foi uma correria", contou o vocalista João Victor Costa, em entrevista à Globonews.

"Não fomos avisados, em momento algum orientados para ficar calmos, nada disso", afirmou o vocalista sobre a falta de aviso da polícia. A transmissão ao vivo precisou ser finalizada logo após o incidente.

Em nota, a Polícia Civil explicou que os agentes checavam uma denúncia de que criminosos foragidos da Justiça estavam em uma festa que acontecia na casa ao lado da usada pela banda. A corporação alegou como motivo para a ação uma necessidade de "evitar que alguém pudesse ser ferido durante uma possível fuga dos criminosos".

Segundo informações do jornal O Globo, a suspeita é de que um dos alvos da polícia fosse Wellington da Silva Braga, o Ecko, um dos criminosos mais procurados do país. De acordo com o Ministério da Justiça, Ecko é líder de uma milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense desde 2017.

As imagens da live, que era transmitida ao vivo no canal da banda no YouTube, mostram policiais encapuzados e armados correndo entre os integrantes do grupo, que aos poucos vão deixando o local da apresentação. Também é possível ouvir o barulho de tiros ao fundo e de um helicóptero que dava apoio à operação. Segundo a polícia, ninguém foi preso na ação.

"Entraram como tinha que entrar"

Apesar do susto, o vocalista da banda tentou ponderar a ação dos policiais. "A denúncia era muito grave, aqui próximo, então eles entraram como tinha que entrar. Fica meio difícil tomar algum partido de algum lado, porque a gente entende também um pouco o trabalho da polícia", disse João Victor.

O músico também aproveitou para comentar sobre uma polêmica que surgiu em torno do nome do grupo. Aglomerou chegou a ser atribuído a uma referência de incentivo a aglomerações de pessoas em meio à pandemia do coronavírus. No entanto, o vocalista explicou que a banda usa o nome desde 2017.

"Muita gente acabou associando isso como uma maldade da nossa parte. Muito pelo contrário, a gente tem um trabalho já aqui na nossa região fluminense de mais de dez anos e a gente tinha outro nome. Em 2017 que a gente resolveu mudar o nome por causa do registro de nome, e aí veio o Aglomerou", esclareceu João Victor.