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HBO: Série sobre Tiger Woods é criticada por falta de representatividade

Tiger Woods é um dos maiores jogadores de golfe do mundo e se tornou tema de uma série na HBO - Warren Little/Getty Images
Tiger Woods é um dos maiores jogadores de golfe do mundo e se tornou tema de uma série na HBO Imagem: Warren Little/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

16/07/2020 11h51

A divulgação que o jogador de golfe Tiger Woods será tema de uma série documental feita pela HBO provocou diversas críticas de profissionais da área devido à falta de representatividade no projeto. Entre as críticas está o fato de a série ser liderada, majoritariamente, por homens brancos que contarão a história de um homem negro que é o maior golfista de todos os tempos.

A série é dirigida por Matthew Heineman e Matthew Hamachek, além de contar com o apoio de Alex Gibney ao lado da equipe da HBO Esportes e do executivo Sam Pollard. Ao postar a novidade em seu Facebook Heineman recebeu diversas críticas devido ao projeto ser liderado majoritariamente por homens brancos.

A diretora Geeta Gandbhir, que já foi vencedora do Emmy, foi uma das pessoas que comentou na postagem e questionou por que só havia um homem negro no topo do projeto, se referindo à presença de Sam Pollard.

"Eu disse isso a Matthew Hamachek também, e sinto-me compelida a perguntar a você — no espírito de ser antirracista — por que vocês dois homens brancos optaram por dirigir este filme? Sam [Pollard] é a única pessoa negra que está acima da linha?", questionou a diretora.

"Por que não havia um diretor refletindo a comunidade nesse projeto? Se houvesse dois de vocês, UM de vocês não poderia ser negro ou asiático? Responsabilidade e liderança são necessárias neste momento — você está em uma ótima posição para ser um exemplo positivo."

O produtor indicado ao Oscar Smriti Mundhra também comentou na publicação e agradeceu a Geeta pelo comentário.

"Agradeço por você ter falado sobre esta Geeta Gandbhir e espero que os cineastas e outras partes interessadas venham à mesa para conversar sobre isso. Uma conversa honesta seria tão construtiva e todo mundo ganha quando ouvimos e aprendemos um com o outro."

Já o produtor Marjan Safinia questionou o posicionamento da HBO na escolha de pessoas brancas para ficar à frente do projeto. "Também estou curioso para saber se a HBO alguma vez levantou perguntas à sua equipe sobre a escolha de não incluir cineastas negros ou asiáticos na equipe criativa principal."

Após alguns dias Heineman respondeu às perguntas e agradeceu Geeta pelo "desafio" de questioná-lo.

"Li e reli tudo o que foi dito e espero que esse tópico tenha criado uma oportunidade para tentar melhorar um sistema injusto e injusto (do qual lucrei e fiz parte da perpetuação)."

O diretor ainda escreveu que sabe que para ele é mais fácil "crescer na indústria [cinematográfica]" e que é o seu papel priorizar a inclusão de outras perspectivas em seus projetos.

"Percebo que parte do problema está na zona de conforto de trabalhar com pessoas com quem trabalhei no passado — e isso é parte das razão pela qual minhas produções não foram diversas o suficiente. No futuro, quero trabalhar para expandir e fortalecer minha rede de colaboradores e, como muitos observaram nessa cadeia, usar minha posição para defender uma diversidade de vozes em todos os aspectos de nossa indústria."

O site Deadline entrou em contato com a HBO para responder às críticas, mas a empresa não se pronunciou. A previsão é de que a série seja lançada no exterior em dezembro.

Confira a postagem feita por Heineman que foi alvo de críticas: