Em 'comunhão' com Bolsonaro, Mario Frias chama auxilio de R$ 600 de esmola
Substituto de Regina Duarte na Secretária Especial de Cultura, o ator Mario Frias conversou com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ontem, em um canal no Youtube. Frias afirmou ter se sentido um "ET" no meio artístico e disse viver "em comunhão" com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Frias também falou que os artistas não querem "esmola", em referência ao auxílio emergencial de R$ 600 aprovado pelo Congresso à categoria.
Artista não quer esmola. A maioria que eu vejo diz: 'Me deixa trabalhar'. Não quero auxílio.
Mario Frias, secretário especial de Cultura
Quase um mês após ser aprovado no Congresso Nacional, o projeto de auxílio emergencial ao setor ainda não foi assinado por Bolsonaro.
Ele tem até o dia 30 de junho para sancionar ou vetar o texto. Se ele não se manifestar, a lei entra em vigor automaticamente.
'Linha estética do patrão' será privilegiada
O secretário elogiou a aproximação de sua secretaria com o MEC (Ministério da Educação) e o Ministério do Turismo e falou sobre a lei Rouanet.
Ele prometeu uma "auditoria" no acesso aos editais, mas elogiou a lei. "O problema é quem abraçou a lei para uso exclusivo. A lei é para todos. O presidente diz muito bem quando diz que quer que todo mundo tenha acesso à lei."
Embora tenha defendido a democratização dos editais a "diversas classes", Frias encampou as restrições de Bolsonaro, que no ano passado criticou apoio a obras de temática LGBT.
"Não adianta: o patrão quer uma linha estética. E essa linha estética vai ser privilegiada", afirmou.
Sobre o presidente, disse estar em total sintonia. "Tudo que eu faço pode ter certeza que estou em comunhão com meu presidente", garantiu.
'A Globo é uma escola'
Frias começou a entrevista comentando sua estreia na TV Globo, na novela adolescente "Malhação", que comparou com o teatro.
"Muita gente acha que 'Malhação' só revela atores, mas ali tem formação de diretores, equipe de áudio", disse o secretário, para quem os profissionais que passaram pelo seriado podem ser "mais preparados que atores de teatro".
Embora a família Bolsonaro seja crítica à Rede Globo, Frias fez elogios ao padrão de qualidade da TV:
Tenho 13 anos de TV Globo, é uma escola, é um padrão. Basta para que você olhe uma imagem e aquilo te constranja: 'pô, tá errado'. É um senso crítico que te desenvolve.
Mario Frias, secretário especial de Cultura
Apesar da experiência, ele criticou a visão política dos colegas artistas, que por muito tempo o teria feito se sentir "como um ET": "A ideologia é muito forte ali".
O ator se empolgou quando questionado sobre uma de suas paixões, o rodeio, e negou que haja maus tratos aos animais nesses eventos.
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