Desabafo de Mia Khalifa mostra como indústria pornô pode ser tóxica
O tempo cura todas as feridas, e as coisas estão melhorando agora
Mia Khalifa está decidida, como disse em entrevista à BBC, em refazer a sua carreira e superar as lembranças ruins do curto (e doloroso) período em que trabalhou como atriz pornô.
Decidida a contar uma nova história, ela agora procura influenciar seguidores compartilhando conselhos e aprendizados ao tirar a sujeira debaixo do tapete em relação aos momentos difíceis que viveu.
Atenção, a história dela é bem difícil, porém cheia de ensinamentos
Em vídeos no TikTok, ela vem interagindo com os fãs e se emociona com o apoio que vem recebendo.
Não tenho palavras para este amor. Nunca havia experimentado este lado da internet antes
Mia nasceu no Líbano e mora desde pequena nos Estados Unidos. Ela havia acabado de se formar e estava à procura de emprego quando foi abordada por um cara na rua.
Ele falou que ela, então uma jovem de 21 anos, era linda e a convidou para fazer trabalhos como modelo. A intenção era levá-la para a indústria de filmes pornôs.
Ela recebeu US$ 12 mil por seis vídeos e gerou milhões de faturamento para a empresa em que trabalhou, a Bang Bros, e para o PornHub, site que disponibilizou os filmes.
As coisas são assim mesmo. Não sou a única. Não é que eu tivesse um contrato terrível ou um agente terrível.
Mia conta nesta entrevista para a BBC como era constrangedor, durante as filmagens, estar em uma sala com produtores brancos.
O que tinha me levado a fazer pornô era achar que ninguém descobriria. Tem milhões de garotas que se filmam fazendo sexo e coisas assim, e ninguém sabe o nome delas. Ninguém sabe quem são. Eu achei que pudesse fazer do pornô o meu segredinho sacana, mas o tiro saiu pela culatra.
Mia procura contar a sua história de uma forma leve e diverte os seguidores com vídeos do dia a dia
Adrenalina é como ela explica o esquecimento das cenas que havia gravado no set. Até hoje a influenciadora digital tem dificuldades de se recordar de detalhes.
Minha adrenalina estava tão alta, porque sabia que estava fazendo algo muito além do que imaginava ser jamais faria. Então, a adrenalina ainda dificulta olhar para trás e me lembrar exatamente do que pensava.
Tudo saiu do controle por conta de um vídeo específico em que ela aparece de hijab.
Mia foi ameaçada pelo Estado Islâmico e teve a sua conta do Instagram hackeada, obrigando-a a ser banida da rede social. Ela só voltou ao Instagram um ano depois.
Atualmente ela publica momentos descontraídos durante a quarentena na pandemia.
Os apoiadores do Estado Islâmicos chegaram a fazer montagens de Mia sendo decapitada. Ela conta como foi tudo assustador, mas conseguiu encontrar uma saída para se fortalecer.
Usei o humor como mecanismo de defesa. A minha resposta foi: "Tudo bem, desde que você não corte meus peitos... Eles custaram muito dinheiro
É assim, com humor, que ela usa as redes sociais em que está presente, como Twitter, Instagram e o TikTok.
Isso não a impede de falar de temas difíceis e seus seguidores (famosos, inclusive) demonstram empatia pelo o que ela passou.
Mia tentou se livrar da indústria pornô, mas foi tudo muito complicado. Ela diz que carrega traumas ainda hoje deste momento de sua vida.
Acho que acontece principalmente quando saio na rua, porque sinto como se as pessoas pudessem ver através da minha roupa e me sinto profundamente envergonhada. Tenho a sensação de que perdi direito a toda a minha privacidade. E perdi, porque estou a um clique de distância no Google.
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