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Mamilos e desculpas: Joel Schumacher fez história com Batman polêmico

Val Kilmer e Joel Schumacher em evento do lançamento de "Batman Eternamente", em 1995, na Alemanha - Markus Beck/picture alliance via Getty Images
Val Kilmer e Joel Schumacher em evento do lançamento de 'Batman Eternamente', em 1995, na Alemanha Imagem: Markus Beck/picture alliance via Getty Images

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

22/06/2020 17h49

Ame ou odeie, não importa. "Batman Eternamente" e "Batman & Robin", os dois filmes do Homem-Morcego feitos por Joel Schumacher, são vira e mexe chamados de "terríveis" e "cafonas". Mas eles vão ficar para sempre na cultura pop como um dos legados do cineasta, que morreu nesta segunda, aos 80 anos, após lutar contra um câncer.

Continuações do "Batman: O Retorno" (1992), os filmes de Schumacher são coloridos e barulhentos, o total oposto da estética sombria e que seria consagrada a partir da trilogia de Christopher Nolan, iniciada com "Batman Begins" (2005), e renderam até um pedido de desculpas feito pelo cineasta.

A seguir, relembramos algumas curiosidades dos filmes:

Diretor quase não topou fazer

Schumacher não ficou exatamente animado quando foi convidado a assumir a franquia depois de Tim Burton. Isso porque "Batman: O Retorno" foi bem recebido pela crítica mas também foi alvo da fúria de uma parcela de espectadores, que criticaram a violência e as referências sexuais do filme.

O Tim, que é um grande amigo meu, então me implorou para eu continuar com a franquia. Por causa da pressão e por ele pronto para se afastar. O que é interessante para mim é que, se você vê a versão do Tim e a minha, você percebe como os telespectadores eram mais inocentes naquela época.
Joel Schumacher, em entrevista à 'Vice', em 2017.

De Keaton a George Clooney

Bem antes de Ben Affleck deixar o papel do Homem-Morcego para Robert Pattinson, Schumacher dirigiu dois atores no papel: Val Kilmer e George Clooney.

No começo, a ideia era que Michael Keaton retornasse como Bruce Wayne, mas o ator pulou fora por não concordar com os rumos que a produção de "Batman Eternamente" estava tomando. Val Kilmer então assumiu o papel, sem nem ler o roteiro.

Val Kilmer ("Batman Eternamente", 1995)  - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

O ator, no entanto, optou por não fazer a sequência, lembrando uma visita ao set feita pelo magnata Warren Buffet e seus netos. Segundo ele contou ao "New York Times", as crianças estavam mais interessadas no Batmóvel do que nele.

É por isso que é tão fácil ter cinco ou seis Batman. Não tem a ver com o Batman. Não há Batman

O escolhido para substituí-lo foi Clooney, que então fazia sucesso na TV como protagonista de "E.R."

George Clooney - "Batman & Robin", 1997  - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Mamilos polêmicos

Em toda a história dos trajes de super-heróis para o cinema, não tem outro mais controverso do que o uniforme do Batman com mamilos.

Em 2017, o cineasta explicou, afinal, como os mamilos foram parar lá: antes de começar a filmar "Batman Eternamente", ele pediu a Bob Ringwood, o artista responsável por criar os uniformes, que eles fossem anatômicos.

Dei a ele fotos de estátuas gregas e desenhos anatômicos incríveis de livros médicos. Ele fez os mamilos e, quando vi, achei que tinha ficado legal.

Quem nunca, não é mesmo?

Pedido de desculpas

No aniversário de vinte anos de "Batman e Robin", Schumacher pediu desculpas pelo filme —e lembrou como ele o fez ser visto como "um assassino de bebês" à época.

Eu queria me desculpar com cada fã que ficou triste ou desapontado. Eu devo isso, pois eu era o único que queria fazer uma sequência, enquanto a Warner não estava confiante

Tá tudo bem, Joel! Obrigado por tudo!

Alice Silverstone, George Clooney e Chris O'Donnell em "Batman e Robin" - Divulgação - Divulgação
Alice Silverstone, George Clooney e Chris O'Donnell em 'Batman e Robin'
Imagem: Divulgação