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Personagens ajudam na aceitação de pessoas LGBTQ+, diz pesquisa da Netflix

Robin, Eric e Fabiola: personagens LGBTQ+ em séries da Netflix - Divulgação/Netflix
Robin, Eric e Fabiola: personagens LGBTQ+ em séries da Netflix Imagem: Divulgação/Netflix

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

10/06/2020 11h00

Representatividade importa —e ajuda a diminuir preconceitos. Uma pesquisa feita pela Netflix em parceria com a GLAAD, divulgada hoje, aponta que ver personagens LGBTQ+ em séries e filmes têm ajudado a criar empatia entre os espectadores.

De acordo com os dados, 81% dos brasileiros entrevistados que não são LGBTQ+ relataram que assistir a personagens LGBTQ+ na tela, como a Robin de "Stranger Things" ou o Eric de "Sex Education", os fizeram se sentir mais confortáveis com pessoas LGBTQ+ que eles conhecem na vida real.

"Muita gente ainda não sabe muito sobre pessoas LGBTQ+, então tudo que eles têm são alguns preconceitos. Então quando alguém diz para eles 'eu sou gay' ou 'meu filho é gay', 'minha filha é trans', eles substituem o preconceito pela pessoa real", explica ao UOL Monica Trasandes, diretora de mídia latinx e representação em língua espanhola da GLAAD.

O mesmo acontece com a mídia, ela substitui os preconceitos por esses personagens, e as pessoas agora sabem mais por causa de personagens que viram em uma série ou um filme. Entretenimento também ensina e reflete o mundo em que vivemos

E do outro lado?

Entre as pessoas LGBTQ+ ouvidas pela pesquisa, também há o sentimento de aproximação causado pela ficção. 85% dos participantes da comunidade disseram que o entretenimento ajudou suas famílias a entendê-los melhor.

Entre os personagens mais citados pelos entrevistados como os responsáveis por essa ponte, estão, além de Robin e Eric, Casey Gardner ("Atypical"), Lito Rodriguez ("Sense8"), Omar ("Elite"), Piper ("Orange is the New Black"), RuPaul ("RuPaul's Drag Race") e Theo ("O Mundo Sombrio de Sabrina").

E se reconhecer na tela também é importante, já que as histórias ajudam a moldar a forma como vemos o mundo, explica Monica:

Se você não está na mídia, se você não vê pessoas que têm a sua cor da pele, sua orientação ou seu tipo de corpo, você sente que não existe. E é certo retratar a diversidade porque é um reflexo do mundo, que é diverso. É impreciso ter só um tipo de pessoa retratado o tempo todo. Diversidade faz sentido, e as pessoas amam.

Dá para melhorar

87% dos brasileiros LGBTQ+ ouvidos concordaram que os filmes e séries agora os retratam melhor do que há dois anos. Mas ainda há o que melhorar, incluindo mais narrativas com pais e famílias LGBTQ+, maior diversidade racial e situações que abordem a imagem corporal e os relacionamentos LGBTQ+ com familiares e amigos.

Parte disso passa pela inclusão de mais pessoas LGBTQ+ também por trás das câmeras, algo que Monica diz que precisa acontecer "mais e mas rápido".

O GLAAD faz um trabalho de pedir a inclusão de diferentes tipos de pessoas nas salas de roteiristas. É necessário ter várias pessoas, não só uma para representar todas as comunidades. As pessoas estão pedindo para olharmos o mundo com lentes diferentes. Muito mais precisa ser feito, e estamos trabalhando nisso

Monica também acredita que é importante que as pessoas LGBTQ+ usem as redes sociais para dar um feedback a criadores e produtores de conteúdo: "É importante que eles saibam que a representação deles teve um impacto real na vida das pessoas".

O que posso ver?

O GLAAD fez uma curadoria de produções com personagens LGBTQ+ disponível na Netflix. Confira:

  • Atrás da Estante
  • Disque Amiga para Matar (Temporada 2)
  • Dear White People
  • Disclosure (estreia em 19 de junho)
  • Você nem imagina
  • Hannah Gadsby: Douglas
  • Hannah Gadsby: Nanette
  • Kipo e os Animonstros
  • Moonlight - Sob a Luz do Luar*
  • Eu Nunca...
  • Orange Is the New Black
  • Pose
  • A Vida Moderna de Rocko: Volta ao Lar
  • Sense8
  • Sex Education
  • She-Ra e as Princesas do Poder
  • Special
  • Supergirl/Raio Negro/DC's Legends of Tomorrow
  • Crônicas de San Francisco