Morre compositor Evaldo Gouveia, de 'Sentimental Demais', por coronavírus
O músico, cantor e compositor cearense Evaldo Gouveia morreu aos 91 anos em um hospital particular de Fortaleza, na noite de ontem, após contrair o novo coronavírus. Ele era um dos ícones da MPB na era do rádio por ser autor de peças musicais como 'Sentimental Demais', 'Alguém me Disse', 'Brigas' e 'Trovador', escritas ao lado do compositor capixaba Jair Amorim (1915-1993).
Dois dias após a publicação desta matéria, Marcello Gouveia, filho do compositor, disse que o pai contraiu a covid-19 e não resistiu. Gouveia tinha sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral), que deixou sequelas motoras, em 2017, quando estava no Rio de Janeiro e acabou voltando para o Ceará. "A covid-19 foi fatal dado à fragilidade de sua saúde", disse Marcello.
Gouveia estava internado em um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital São Carlos, em Fortaleza. O enterro do artista ocorreu sem velório devido à pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19.
Evaldo Gouveia tem 1.200 composições escritas, grande parte delas em coautoria com o compositor capixaba Jair Amorim, que morreu em 1993, além de aproximadamente 700 músicas gravadas. Sua obra foi gravada pelas vozes dos cantores Altemar Dutra, Alaíde Costa, Maysa Monjardim e Nelson Gonçalves. Antes de fazer carreira solo, o violonista fez parte do famoso Trio Nagô, com Epaminondas Souza e Mário Alves.
O artista nasceu em Orós (CE) em 8 de agosto de 1928, mas passou a infância em Iguatu (CE), município vizinho, para onde os pais se mudaram quando ele tinha três meses. Aos 11 anos, ele se mudou para estudar em Fortaleza, onde trabalhou como feirante. Oito anos depois, conseguiu um emprego como músico em uma rádio de Fortaleza. Em 1957, ele compôs a primeira canção 'Deixe que Ela Se Vá', de coautoria com Gilberto Ferraz. A música ganhou notoriedade na voz de Nelson Gonçalves.
Em 1958, Evaldo Gouveia conheceu o compositor Jair Amorim com quem escreveu cerca de 150 composições, sendo 'Alguém Me Disse' o sucesso da dupla cantado por Anísio Silva em 1960. O auge da carreira de Evaldo foi marcado com composições suas na voz do cantor mineiro Altemar Dutra, que fez sucesso nas boates do Rio de Janeiro.
Evaldo teve biografia publicada pelo escritor Ulysses Gaspar, que gravou mais de 400 horas de entrevista com o artista até editar o livro 'O que me contou Evaldo Gouveia', publicado em 2019. O lançamento do livro foi uma das últimas aparições públicas do artista, sempre ao lado da mulher Liduína Lessa.
Portela e políticos prestam homenagens
O cantor Altemar Dutra Júnior, que fez shows ao lado de Evaldo Gouveia, interpretando sucessos do pai, Altemar Dutra, fez uma homenagem ao artista em uma publicação nas redes sociais. O cantor citou a importância de Evaldo "na música brasileira é imensa, na história do meu pai, fundamental".
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