Após 'GoT', Nathalie Emmanuel toma lugar de Hugh Grant em '4 Casamentos'
Por sete anos, Nathalie Emmanuel, 31, foi um dos rostos de "Game of Thrones". Como Missandei, amiga e braço-direito de Daenerys Targaryen, ela teve sua cota de batalhas e intrigas políticas até morrer por ordens de Cersei, na oitava e última temporada da série —um destino que causou revolta entre fãs da série e provocou até debate sobre o tratamento dado por "GoT" aos seus personagens não-brancos.
Mas esses dias ficaram para trás. Agora, a atriz britânica toma o lugar que já foi de Hugh Grant como protagonista da versão para a TV de "Quatro Casamentos e Um Funeral", hit das comédias românticas dos anos 1990. E a nova série, exibida no Brasil pelo Fox Premium (terças, às 23h30) sob o título original em inglês —"Four Weddings and a Funeral"—, se provou uma mudança bem-vinda.
"Ninguém morre em casamentos, nem é decapitado de forma violenta", brinca Nathalie em conversa com a reportagem do UOL, lembrando que as comemorações das comédias românticas não costumam ser sanguinolentas como o Casamento Vermelho, de "GoT.
A proposta chegou após o fim das gravações de "Game of Thrones", em meados de 2018 —e era exatamente o que ela estava procurando.
É uma série sobre a vida amorosa de um grupo de millennials, não tem nada a ver com destruição de países; É divertido, você acompanha essas amizades e as vidas desses jovens que tentam descobrir o que querem da vida. Eu realmente abracei isso, era tão diferente. E gostei do desafio de fazer uma comédia
A diferença maior, porém, talvez tenha sido a própria convivência com os colegas em sets de tamanhos tão diferentes. "Em 'Game of Thrones' tivemos sete anos para nos conhecermos. Já em 'Four Weddings' tivemos seis meses, e era um elenco tão pequeno que as amizades se formaram mais rápido".
Mas afinal, a série é um remake?
No novo "Four Weddings", Charles, o desajeitado protagonista do filme de Mike Newell, é substituído por Maya, personagem de Nathalie. Ela é uma jovem americana que trabalha para um senador, com o qual mantém um caso. Maya viaja para o casamento de uma amiga em Londres, e a partir desse evento se desenrola uma história de um ano de encontros e desencontros amorosos envolvendo seu grupo de amigos.
Nathalie, no entanto, faz questão de frisar que a série não é um remake, ainda que haja similaridades entre as tramas e os personagens. "Está mais para um tributo, ou uma homenagem", diz. A produção, cocriada por Mindy Kaling, uma das principais vozes da comédia americana nos últimos anos, e Matt Warburton ("Os Simpsons"), teve o trabalho de atualizar algumas questões da história, a começar pelo elenco: ele era inteiramente branco no filme e se tornou muito mais diverso na série.
"A ideia de que pudéssemos fazer algo que representasse mais gente me deixa muito, muito feliz. Tem romance e comédia, mas vemos pessoas que refletem o mundo em que vivemos. Acho muito legal que conseguimos mostrar todas essas culturas e pessoas diferentes".
A atriz não se preocupa muito com as comparações que possam surgir entre a série e o filme. Em sua justificativa, ela volta a "Game of Thrones", lembrando das inevitáveis comparações entre a série da HBO e os livros escritos por George R.R. Martin. "As pessoas perguntam qual você prefere, mas eu consigo gostar dos dois como meios e entidades diferentes. O sucesso de ambos se vê refletido na qualidade do trabalho".
A nova cara das comédias-românticas
"Four Weddings and a Funeral" faz parte de um movimento de retomada das comédias românticas, expresso em produções como "Para Todos os Garotos que Já Amei", fenômeno da Netflix, e "Podres de Ricos", um case de sucesso nas bilheterias americanas. Em comum, todos trazem mocinhas que não são brancas e que também fogem do estereótipo da garota à espera de um príncipe, imortalizado em tantas produções dos anos 1990 que amamos.
Para Nathalie, essas novas personagens (bem como as roteiristas, diretoras e produtoras por trás delas) são o que têm dado nova vida ao gênero.
As mulheres têm realmente tomado conta do gênero e escrito personagens mulheres que realmente reconhecemos, que têm falhas, que cometem erros. As mulheres em comédias-românticas sempre foram não-ameaçadoras, 'gostáveis', até puras, de certa forma. Mas na série temos personagens que são babacas às vezes e que mesmo assim têm valor e merecem amor e amizade
E ela vai além: "A vida é assim, você pode ter uma ótima história romântica com alguém que não é uma mulher ideal. E as mulheres estão prontas para ver personagens que reconhecem no mundo".
A atriz, inclusive, aprova a ideia de atualizar outras comédias românticas. "Adoraria fazer isso com alguns dos filmes que amava quando adolescente, deixando-os um pouco menos misóginos, por exemplo. É uma ideia divertida".
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