Livinho relembra abusos no início da carreira: '18 baseados por dia'
"Fumar baseado", "dar rolê de carro" e "pegar mulher". Segundo MC Livinho, essas eram suas únicas preocupações no começo da carreira como funkeiro. Em entrevista hoje ao Programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, ele disse que essas e outras atitudes quase fizeram com que ele desperdiçasse seu talento artístico.
"Fumava muito baseado, tinha minhas doideiras. Mas em determinado momento da minha vida eu falei 'eu preciso focar na minha carreira`. Fumava até 18 baseados por dia. E se eu continuasse assim, a fama ia passar, as minhas músicas não iam tocar mais. Aí decidi focar. Fui me aprimorar, fazer aula de canto, estudar mais música, aprender teclado, piano. Eu pensei em como as pessoas poderiam me respeitar como artista, não como um maloqueiro, favelado que deu certo na vida e passou, perdeu tudo", revelou.
Livinho contou que aprendeu a tocar violino ainda criança, na igreja que frequentava com os pais. E que, por causa disso, entrou no funk com um conhecimento musical maior do que a maioria de outros MC's, o que fez com que ele sofresse preconceito no meio: "Tento trazer para o funk algumas coisas melódicas. Tento empregar algumas teorias da parte de MPB, saber tons relativos, etc. Estou tentando empregar no funk, mas tem que ser de pouco em pouco. Se eu chegar com a informação que eu já tinha de música quando eu estourei, em 2014, as pessoas poderiam não entender bem. Tanto que passei preconceito. Pessoas falando para eu cantar pagode porque tinha voz de 'viado'", disse.
Carreira de jogador de futebol
O cantor aproveitou a conversa para dar sua versão sobre a curta carreira de jogador de futebol. Ele disse que realmente fechou um contrato para atuar pelo Osasco Audax, mas que a pressão da imprensa e as responsabilidade de conciliar as carreiras nos gramados e nos palcos fez com que ele desse um passo atrás.
"Já estava tudo certo para jogar. Eu iria quando desse. Mas foi uma parada da noite para o dia que me pressionou muito. Vários sites falando que eu ia parar de cantar, que tinha abandonado a carreira de cantor. Mas o funk me tirou da lama, me deu tudo que eu tenho, ajudou minha família, sou muito grato ao funk e aos meus fas, eu não poderia fazer isso", disse.
Livinho, que iria atuar como ponta-esquerda, despistou sobre a possibilidade de voltar a assinar um contrato com um time profissional no futuro: "Sou inscrito no futebol de várzea, tenho essa coletividade com os parceiros, jogo sempre bola, não paro, mas tenho muita responsabilidade", finalizou.
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