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Quem é Billie Eilish, a cantora de 18 anos que fez história no Grammy

Billie Eilish levou seis prêmios em sua estreia no Grammy - Kevin Winter/Getty Images for The Recording Academy
Billie Eilish levou seis prêmios em sua estreia no Grammy Imagem: Kevin Winter/Getty Images for The Recording Academy

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

27/01/2020 09h47

Billie Eilish é um fenômeno. Depois de ver seu álbum When We All Fall Asleep, Where Do We Go? explodir e passar semanas na lista de mais ouvidos da Billboard, a cantora de apenas 18 anos gravou a música tema do novo filme do 007 e se tornou, ontem, a pessoa mais jovem a ser premiada nas quatro categorias principais do Grammy: álbum do ano, gravação do ano e canção do ano, por Bad Guy, e artista revelação.

Para completar, Billie ainda está correndo o mundo com uma turnê internacional, que vai passar pelo Brasil no fim de maio. Ela definitivamente veio para deixar sua marca no pop —e contamos aqui como ela alcançou status de estrela em tão pouco tempo.

Ocean Eyes e a revelação

Billie começou a cantar cedo. Criada em Los Angeles, em uma família de artistas, ela entrou para um coral da cidade quando tinha apenas 8 anos, o que a ajudou a desenvolver suas técnicas vocais. "Mas eu sempre cantei, o tempo todo. Eu cantava tanto que minha família tinha que me mandar ficar quieta", contou ela em entrevista à revista Vogue.

Aos 11, ela começou a compor; e, aos 14, ela teve seu primeiro sucesso com Ocean Eyes, faixa escrita por seu irmão, Finneas. A dupla havia colocado a música no SoundCloud, no início de 2016, para compartillhá-la com amigos e parentes —mas em pouco tempo a faixa acumulou milhares de audições na plataforma. Hoje, o vídeo de Ocean Eyes no YouTube já conta com mais de 205 milhões de visualizações.

Parceria com o irmão

Billie Eilish e seu irmão, Finneas, com os prêmios do Grammy 2020 - Rachel Luna/FilmMagic - Rachel Luna/FilmMagic
Imagem: Rachel Luna/FilmMagic

A colaboração com o irmão mais velho é uma constante para Billie, que o descreveu como seu "parceiro no crime". "Nós sempre trabalhamos juntos. Nós gostamos das mesmas coisas e, se não gostamos, podemos dar as nossas opiniões", disse a cantora.

Finneas compõe, produz e se apresenta ao vivo com Billie, e os dois mantiveram a parceria em When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, que foi lançado em 2019. Finneas inclusive subiu ao palco ao lado da irmã para a performance de when the party is over, na qual tocou piano, e saiu do Grammy 2020 com uma estatueta própria: a de melhor produtor não-clássico do ano.

Estilo único

O jornal The New York Times afirmou, ano passado, que Billie "não era uma típica estrela do pop" —uma definição perfeita para a artista. Billie tem um estilo musical singular, com influências que vão de cantos de coral ao hip-hop, e suas letras são divertidas, irônicas, sinceras e bem mais sombrias do que estamos acostumados a ouvir no pop. Só ver seu maior sucesso, Bad Guy, uma canção sobre como ela, na verdade, é o "cara mau" da relação, em oposição aos homens que estão sempre estufando o peito e querendo se mostrar durões.

Billie ainda é dona de um visual único -que despertou inclusive o interesse da grife Chanel— e cria performances igualmente fora do padrão em seus clipes. O de Bury a Friend, por exemplo, tem uma atmosfera de pesadelo (e foi dirigido, inclusive, por Michael Chaves, que vai comandar o terceiro filme da franquia Invocação do Mal).

O sucesso do álbum e a depressão

A boa repercussão de Ocean Eyes foi o empurrão que a carreira de Billie precisava: logo em seguida ela conseguiu contrato com uma gravadora, lançou um EP e viu sua faixa Bored entrar na trilha da série 13 Reasons Why. Em 2018, ela fez uma parceria com Khalid na música Lovely e começou a divulgar músicas como You Should See Me in a Crown, parte do álbum When We All Fall Asleep, Where Do We Go?.

O disco foi finalmente lançado em março de 2019, e 14 faixas entraram na Billboard Hot 100 —um recorde para uma artista mulher. Billie se apresentou no festival Coachella e, meses depois, gravou uma versão de Bad Guy com a participação de Justin Bieber, um de seus grandes ídolos.

Mas, do ponto de vista pessoal, foi turbulento lidar com tantas coisas de uma só vez. A cantora disse que viu os amigos se afastarem com a fama, o que a deixou depressiva e a fez cogitar o suicídio. "Eu estava muito infeliz. Tão infeliz, sem alegria. Eu realmente não achei que chegaria aos 17 anos", disse ela ao jornal The Independent. A família então tomou a decisão de encurtar uma das turnês de Billie para que ela pudesse se dedicar aos cuidados com sua saúde mental.

Mais prêmios?

Agora, após ser consagrada no Grammy, Billie se prepara para lançar a música de 007: Sem Tempo para morrer, o filme que marcará a despedida de Daniel Craig do papel de James Bond. E pode ser que venham mais prêmios por aí: Adele e Sam Smith, que cantaram as músicas dos últimos dois filmes do espião britânico, levaram para casa Oscars de melhor canção original. Será que Billie também leva esse outro troféu ano que vem? Não duvidamos nem um pouco.

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