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21ª edição do Festival do Rio começou ontem e deve exibir 100 filmes

Abertura da 21ª edição do Festival do Rio foi no Cine Odeon - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, na Cinelândia, centro do Rio - Thyago Andrade/Brazil News
Abertura da 21ª edição do Festival do Rio foi no Cine Odeon - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, na Cinelândia, centro do Rio Imagem: Thyago Andrade/Brazil News

Agência Brasil

10/12/2019 11h58

A 21ª edição do Festival do Rio, começou ontem com uma programação de cerca de 100 filmes em diversas salas da cidade. A abertura foi na noite desta segunda-feira, no Cine Odeon - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, na Cinelândia, centro do Rio. O filme escolhido será Mulheres Adoráveis (Litte Women), de Greta Gerwig. Forte candidato ao Oscar, o filme aguardado traz a transição das irmãs March para a vida adulta sem a presença do pai, que luta na Guerra Civil Americana.

"Muitos filmes que vão concorrer ao Oscar estão no festival este ano, começando pelo filme de abertura. Na área do cinema brasileiro são 91 filmes. Este ano o Festival faz a 21ª edição e nestes anos exibiu mais de 7 mil filmes, a gente levou cinema para comunidades que nunca tiveram chance de ver filmes. O festival fez e faz um trabalho, que considero extraordinário, na promoção do cinema brasileiro no mundo", disse Walkiria Barbosa uma das diretoras do festival.

Até o dia 19, o público terá à sua disposição uma agenda que inclui filmes estrangeiros e brasileiros, trabalhos premiados e ainda vai poder votar no melhor da Première Brasil, que é considerada uma das principais vitrines cinematográficas do país. O público vai participar de debates com cineastas, produtores e atores e poderá escolher o melhor filme nas categorias ficção, documentário e curta. Um júri oficial elege o vencedor nas demais categorias.

O público terá ainda como parte da Première Brasil, a Mostra Retratos Musicais criada por causa do crescimento do mercado de documentários voltados para a temática. "A música é muito importante na transformação do homem, na construção audiovisual, na narrativa do filme, então, a gente trabalha forte nisso e há grande interesse do público, haja vista o sucesso do final do ano passado do Bohemian [Rapsody que conta a vida do cantor Freddie Mercury], do filme sobre [o cantor e compositor] Elton John e o com a [cantora, compositora e atriz] Lady Gaga. Mostra que o público está interessado nisso e a gente não podia deixar de atender"

Já a mostra competitiva Novos Rumos é um espaço aberto a diversas linguagens cinematográficas. Serão exibidos nove longas e sete curtas de cineastas estreantes e veteranos. "Este ano tem uma programação incrível de filmes de todos os gêneros, uma programação democrática e com muita qualidade", completou a diretora.

Risco

Em setembro deste ano, os organizadores do Festival do Rio chegaram a anunciar o risco de cancelamento da edição de 2019, por causa da perda de financiamentos. O festival que costumava ocorrer entre setembro e outubro, atrasou um pouco, mas está de pé, em parte graças a uma vaquinha virtual. Com o financiamento coletivo foram arrecadados R$ 627 mil.

"A gente está muito satisfeito com o que conseguiu fazer, apesar das grandes dificuldades, mas felizmente a sociedade, os empresários do setor, os veículos de comunicação, o público nos apoiou, nos fortaleceu e estamos botando o festival na rua", comentou.

Modelo

Para Walkiria, a perda de financiamento mostra também a necessidade de repensar o modelo de investimentos neste tipo de evento cultural. "É uma indústria que tem faturamento maior do que outros que pensam ter números elevados, e são, uma indústria que promove o país no mundo", observou.

Na visão da diretora, hoje a indústria tem uma gestão eficiente na Agência Nacional de Cinema (Ancine). "Nós temos que crescer e vamos crescer. O Brasil precisa do nosso evento, a cidade do Rio de Janeiro precisa do nosso evento. Estamos trabalhando para que as empresas privadas possam estar com a gente, mas olhando para gente como uma oportunidade de negócios", concluiu.

RioMarket

O RioMarket, é mais uma das atrações. Criado para o reforçar o desenvolvimento da indústria audiovisual, é a área de negócios do Festival do Rio e realiza debates em diversas oficinas para a troca de conhecimento entre profissionais reconhecidos, novos produtores e empresas conceituadas da área. Além de novas oportunidades de negócios, promove a capacitação de profissionais do mercado.

Até domingo (15), os profissionais de cinema e interessados nesta indústria discutirão as tendências no audiovisual brasileiro e poderão fazer parte das rodadas de negócios e das sessões de exibições específicas dos filmes e documentários.

"Quando a gente começou o festival, a gente tinha janelas para exibição do conteúdo audiovisual que era a sala de cinema, a televisão aberta e fechada e o home vídeo. Hoje temos uma diversificação enorme de janelas e elas mudam o modelo de negócios e a forma como o consumidor quer ver o conteúdo. Durante o RioMarket, vamos trabalhar isso, discutindo, por um lado, olhar do consumidor de como ele quer ser impactado e onde quer ver o seu conteúdo, e por outro lado, como que a indústria vai se reformular para este novo mundo", revelou.

O encontro do público com diretores, atores e produtores da Première Brasil acontecem no Odeon NET Claro - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, Estação NET Rio, e na Cinemateca do MAM.

Salas de exibição

O circuito do Festival do Rio integra os cinemas Odeon NET Claro - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, Estação NET Gávea, Estação NET Ipanema, Estação NET Botafogo, Estação NET Rio, Roxy, Kinoplex São Luiz, Kinoplex Tijuca, Cinemateca do MAM, IMS - Instituto Moreira Salles e Reserva Cultural em Niterói, na região metropolitana do Rio.