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Documentarista diz que divisão dos lucros causou racha entre os Trapalhões

Rafael Spaca concede entrevista para o Pânico, da rádio Jovem Pan - Reprodução/Youtube
Rafael Spaca concede entrevista para o Pânico, da rádio Jovem Pan Imagem: Reprodução/Youtube

Do UOL, em São Paulo

23/10/2019 16h16

Diretor de um documentário "proibido" sobre os Trapalhões, Rafael Spaca foi o convidado do programa Pânico de hoje, da rádio Jovem Pan.

Na atração, o documentarista abordou questões envolvendo a produção do longa e revelou que o grupo de humoristas supostamente teria tido problemas de relacionamento por conta da divisão dos lucros.

"Todo grupo tem sempre uma briga ou desavença. E com eles não foi diferente. Eles se separaram em 1983 e o motivo alegado foi a repartição de lucros. Na época, uma reportagem de capa da Veja mostrou que o Renato Aragão comprou a Granja Comary da família Guinle, local onde a seleção treina hoje, e os três viram que o Renato estava milionário e eles numa situação confortável, mas não no mesmo patamar dele", explicou Spaca.

De acordo com o diretor, à época foi cogitado que Aragão lucrava 50% de todos os ganhos dos "Trapalhões", cabendo aos outros três dividir o restante igualmente entre eles.

"Descobri que não era isso, era muito pior e será revelado no documentário. Era uma coisa quase de escravidão, bem aterrador mesmo", detalhou.

Renato Aragão tentou boicotar documentário

Spaca, que diz considerar os Trapalhões um dos maiores acontecimentos de todos os tempos no humor, afirmou que a ideia de fazer um documentário mostrando "mais do que o lado bom" entre os integrantes não foi bem recebida por Renato Aragão.

"Eu liguei para o Renato e disse que faria o doc. Ele virou para mim e disse que não queria que eu fizesse. Eu disse que me proibir não tinha como ele conseguir, que ele não poderia... Ele poderia apenas não me conceder a entrevista. A execução, não (poderia impedir)"

O diretor disse ainda ter sofrido um boicote por parte do protagonista da trupe.

"Ele começou a mandar não falarem comigo, quem era muito próximo dele no caso... 'não falem com o Rafael'. Mas ali eu já tinha conseguido 64 depoimentos. Depoimentos plurais. Coisas elogiosas, mas coisas que derrubam todos esses folclores existentes em relação aos Trapalhões", destacou.

Apesar de já ganhar holofotes por conta da polêmica envolvendo Aragão e os outros protagonistas, o documentário de Spaca ainda não tem previsão de estreia pois busca parcerias com canais ou plataformas de streaming.

"Estamos negociando com Netflix e afins", finalizou Spaca.