Pabllo é eleita uma das "líderes da próxima geração" pela Time e critica Bolsonaro
A cantora Pabllo Vittar foi eleita pela revista norte-americana Time uma das 10 pessoas apontadas como "líderes da próxima geração".
A publicação destaca que a "drag queen brasileira está fazendo uma tempestade no mundo pop" e que ela está "lutando pelos direitos LGBTQ pelo caminho". Além disso, faz diversos elogios ao talento da cantora.
"Ao longo dos últimos quatro anos, a drag queen e pop star brasileira de 24 anos se estabeleceu como alguém para ser vista em diversos aspectos, integrando perfeitamente o pessoal ao cultural e político e usando sua plataforma como uma estrela musical para exigir igualdade para as comunidades LGBTQ no Brasil e no exterior", escreveu a publicação.
Em entrevista à revista norte-americana, a cantora falou sobre o trabalho que faz ao divulgar a cultura LGBTQ e sobre a importância disso para o futuro.
"Não é só a arte do drag, ser artista LGBTQ, a gente tem uma causa social muito grande e importante por trás, pra mostrar pra essas novas gerações que elas podem, sim, ter voz ativa e fazerem o que elas quiserem. Como artista, você tem a obrigação de tomar posições sobre as coisas e trazer junto com a sua popularidade as mensagens que realmente importam. Se falar sobre isso me coloca em uma posição de risco, então vamos todos morrer tentando", declarou Pabllo.
A reportagem também aborda o alto índice de violência contra a população LGBTQ, que teve 420 pessoas assassinadas em 2018. A revista ainda destaca a morte da vereadora Marielle Franco e a saída de Jean Wyllis do Brasil para apontar o clima de insegurança que a população LGBTQ está exposta. Também sobraram críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) por seus comentários homofóbicos.
"Às vezes, sinto muita vergonha de ser brasileira por causa desse presidente. As pessoas estão morrendo. As pessoas estão tendo suas casas e direitos retirados", declarou Pabllo, que complementou:
"Cada vez o clima fica mais tenso no Brasil. Eu não sei o que acontece. Todos os dias eu peço a Deus proteção pra mim, pra minha família, pros meus amigos e pros meus fãs que têm que sair na rua e trabalhar e se submeter a esse tipo de risco. Porque pra mim isso é um risco. No Brasil, ser artista LGBTQ é matar um leão a cada dia. Todo dia você tem que se provar que pode e mostrar pras outras pessoas isso."
Por fim, a cantora exaltou as conquistas que conseguiu com sua carreira musical e revelou quais são seus planos para o futuro.
"Quero continuar indo em lugares que ainda não fui, que precisam dessa mensagem, desse brilho, desse conforto. Continuar fazendo minha música, levando essa mensagem e, quem sabe, até ganhar um Grammy", finalizou.
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