Ney fala sobre sexo, drogas e diz que "Aids pode ter sido manipulada pelos EUA"

Ney Matogrosso fez desabafo sobre a dificuldade de relacionamento com o pai, na infância, e citou sexualidade e o uso de drogas durante entrevista concedida à revista Marie Claire, em Paraty (RJ). O cantor ainda lançou teoria sobre a suposta manipulação da Aids feita por americanos.

"Sempre fui um espinho atravessado em garganta do meu pai sem eu nem saber por quê. Ele me perseguia. Lembro que, quando tinha 6 anos, ele me chamou de viadinho. Não entendi nada, nem sabia o que isso queria dizer. Aos 13, fez isso de novo. Só que aí eu já sabia responder e disse: 'Não sou, não. Mas quando for, o Brasil inteiro vai saber'", disse ele à publicação.

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Bissexual assumido, Ney afirma que sempre defendeu a causa, mas não acredita que precisa ser um "porta-estandarte". "Já sou o próprio estandarte! E não só disso. A situação dos negros é dramática no nosso país, a dos índios é assombrosa. Se eu assume isso naquela época, seria muito conveniente para o governo. Iam dizer: ele é gay e ponto. E eu sou mais, incomodo mais."

Ainda durante a entrevista, Ney Matogrosso fala sobre o uso de drogas. "Sempre experimentei tudo que me interessou. Cocaína não gostava, também não bebo. Tomei 20 LSDs antes do Secos & Molhados, depois não tomei mais droga nenhuma porque achava que não podia misturar. Meu vício era sexo e mandrix, que me deixava liberado, solto, carinhoso, tudo que eu não era."

A revista considera que o grupo "Secos & Molhados, do qual Ney Matogrosso participou nos anos 1970, é muito mais transgressor do que a maioria das coisas que aparecem na cena artística e questiona o cantor sobre o que teria atrasado essa evolução.

"A Aids. Não sei onde estaríamos hoje se não houvesse a doença. Nós vínhamos numa evolução estonteante! E ouso dizer que essa doença pode ter sido manipulada pelos americanos. Porque, nessa época, os gays dos Estados Unidos já estavam elegendo governadores, o que era uma ameaça paro o status quo da América. Quem fez uma bomba atômica e jogou sobre duas cidades matando milhões de pessoas não vai criar um vírus? Só que eles achavam que a Aids mata mais rápido do que matou, então deixou de ser conveniente", garante.