Nando Moura se "despede" do YouTube em meio a críticas de censura na plataforma
O youtuber Nando Moura anunciou em seu canal uma "despedida" do YouTube. Em um vídeo intitulado "O YouTube, para mim, acabou", ele fala, na verdade, sobre um hiato que fará da plataforma e explica, em meio a críticas de que a empresa vem cometendo censura quanto a certos assuntos, que está reestruturando seus meios de distribuir o material que produz.
Nando, músico e produtor musical, ficou famoso por seus temas conservadores e já teve seu canal indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. Em janeiro, disseminou fake news de que Stalin teria ganhado o Nobel da Paz duas vezes. No vídeo de ontem, ele diz que o "YouTube é uma plataforma que está morrendo" e que, por isso, pretende espalhar seu material por outras, como Instagram, Spotify e Facebook, por exemplo, de forma mais igual.
"Este é um relato sincero de um criador de conteúdo que deu muito dinheiro para vocês [do YouTube] nos últimos anos", afirma ele, que tem 3,3 milhões de inscritos. "Esse vídeo é minha despedida de vocês, meus irmãos de batalha, porque eu vou me ausentar durante bastante tempo."
Nando defende sua tese citando youtubers que estariam diminuindo o número de publicações - inclusive o desafeto Felipe Neto - para investir em outros trabalhos e que o número de inscritos dos canais, que cresciam rapidamente, desaceleraram, apesar do número de visualizações ainda ser alto. Isto seria um indicativo de que em breve a empresa entrará em baixa, além da suposta censura.
"Alguma coisa muito séria está acontecendo aqui", diz o músico. "Em fevereiro deste ano eu vi uma mudança clara no algoritmo. Você vê o algoritmo te sufocando dentro de uma bolha. O Em Alta, do YouTube [página que mostra os vídeos mais vistos], é absolutamente manipulado". Nando afirma que temas políticos são escondidos pela plataforma. Curiosamente, o vídeo da despedida foi um dos líderes no Em Alta.
"Eles estão definindo o que você vai gostar ou não, o que você vai ver ou não, o que é notícia e o que não é, quem pode ser ouvido, ou não pode ser ouvido. Você não pode tocar em determinados assuntos, porque eles são automaticamente desmonetizados, desincentivando as pessoas que vivem do YouTube a falarem deles. (...) Não pode tocar a respeito do islã, imigração, política, previdência... Mesmo sem ter ofendido ninguém", afirma ele, crítico do "politicamente correto". "Estamos cruzando uma linha séria de censura, de tolher a liberdade de expressão."
A política de uso do YouTube prevê que a monetização de vídeos seja limitada quando o canal expõe conteúdos não adequados para a maioria dos anunciantes - entre os temas há como consumo de drogas, nudez, discurso de ódio e fake news.
Nando conta então que passará um tempo sem publicar no YouTube e que investirá em outras redes, com uma analogia: afirma que o YouTube é como uma planta que ele rega mais e que ela fez sombra a vasos com outras sementes, representando as outras plataformas, às quais ele vai dedicar mais atenção. "Para isso preciso de muito tempo e dinheiro".
No encerramento, ele prometeu: "Quando eu voltar, eu vou voltar careca. E pode ter certeza, quando eu voltar, o capiroto vai se esconder debaixo da cama com medo. Todo mundo vai falar: 'Eu tenho saudade de quando ele era cabeludo e bem bonzinho, porque o bicho agora tá no veneno'. Pode ter certeza."
Cabelo doado
Uma marca no visual de Nando Moura era seu cabelo comprido. Ele publicou um vídeo na segunda-feira em que conta que desde os 15 anos não o deixava mais curto.
No vídeo, ele aparece cortando os cabelos após 21 anos e o doando para o Instituto do Câncer.
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