Celso Bernini foi de ator de "Sandy & Junior" a diretor da turnê da dupla
Quem era adolescente em 1998 e assistiu ao especial de fim de ano que lançou a série "Sandy & Junior" deve se lembrar do rosto do ator Celso Bernini, o Morcegão, que mais tarde estrelaria novelas como "O Beijo do Vampiro", "Morde & Assopra" e "Amor à Vida", sempre no papel de galã. Hoje, aos 36 anos, o paulistano formado em publicidade mudou de ares, trocou de profissão, mas continua muito perto de onde começou.
Bernini é um dos diretores da concorrida turnê de reunião da dupla de Sandy e Junior, "Nossa História", para a qual desenvolveu o conceito, formato e diversos aspectos relativos à criação do show. O trabalho é feito em parceria com o diretor-geral Raoni Carneiro, amigo de longa data e mentor do novo ofício. Os shows rodarão o Brasil entre julho e outubro, em grandes estádios.
Hoje feliz como diretor, Bernini aponta uma curiosa "culpada" pela guinada na carreira --além de Raoni Carneiro, amigo e diretor-geral de "Nossa História" que o convidou para os primeiros frilas--: Anitta. Foi com a cantora que ele estreou na direção musical a convite de Carneiro, no DVD "Meu Lugar" (2014), planejado quando ainda encarnava o atrapalhado Jefferson na novela "Amor à Vida".
Esse seria seu último papel na TV e na dramaturgia. Dali para frente, foram só trabalhos e cursos de direção. "Sempre fui muito próximo do Raoni, e já havia feito com ele direções de peças teatrais, como assistente. Foi natural desenvolvermos projetos juntos", explica Celso, atualmente diretor no núcleo musical da Globo, onde comanda atrações como o "Show da Virada" e o "Festeja".
"Como meu personagem era mediano na novela, aceitei o desafio. Mas aí o Walcyr Carrasco [autor] me ligou em seguida dizendo que ele iria crescer, que ia entrar no Big Brother. Eu não gravava nada e comecei a gravar muito (risos). Por um tempo, fiz as duas coisas juntas, mas já sabia que teria de tomar uma decisão."
Celso pediu opinião a amigos e família, mas no fundo nunca teve muita dúvida sobre a vocação para ser diretor, e a experiência bem-sucedida com Anitta o levou a outras áreas de direção. Em 2015, ele voltou à Globo como diretor-assistente, sendo efetivado como no fim de 2016. Entre seus trabalhos de mais destaque está a direção do especial "Criança Esperança".
Arrependimento? Nenhum. Se o agora diretor não é mais tietado nas ruas, o salário melhorou e lhe trouxe estabilidade financeira. O reconhecimento profissional também chegou a outro nível. "Na TV, eu nunca tive um desafio de fato", diz ele, sem pensar na possibilidade de voltar às telas.
"Ainda me considero ator e sinto falta de pisar no palco, do teatro. Não sinto falta da televisão. Talvez por ainda trabalhar na TV e por ter vivido muito em set. Ainda tenho sonho de dirigir dramaturgia na TV e teatro, mas ainda tenho muito a explorar no mercado audiovisual musical", revela.
UOL - O que pode adiantar aos fãs sobre a turnê de Sandy e Júnior?
Celso Bernini - Cara, tenho contrato sigiloso de informações. Se eu falar algo, vai ter uma multa enorme (risos). Mas o que posso dizer é que, pelo tamanho e importância de Sandy e Junior para essa geração e para a música brasileira, o show não poderia ser menor do que será.
Termos um nível de execução artística, de tecnologia, de estrutura muito alto. Esse é desafio a que nos propusemos, inclusive para mostrar do que seríamos capazes. Estamos batendo na mesa para criar uma estrutura de um grande show internacional. Por que é isso que o fã merece.
Como surgiu o conceito da turnê "Nossa História"?
A gente estava na casa do Júnior, eu, Raoni, Junior e Pietro, que é um dos empresários dele. Era época de definição de datas da turnê, e muitos fãs já sabiam da reunião. A gente estava conversando e soltei alguma coisa de falarmos sobre histórias nos shows, e o Pietro contou a história de um grupo de meninas que entrou em contato com a equipe.
Elas disseram que Sandy e Junior permearam toda a amizade e a história delas, mas que agora cada uma morava em um estado diferente. Elas queriam saber as datas antes para poder organizar um reencontro, em que elas reviveriam tudo aquilo. Foi aí que a gente pensou. "Cara, é isso, tem que ser a turnê 'Nossa História' Esse é o nome!". É a história de Sandy Junior e dos fãs.
Você disse que venceu uma concorrência com outros diretores para dirigir a turnê. Como foi esse processo?
Acho que eles gostaram da nossa proposta por uma junção de coisas. Tem a forma nossa de trabalhar, que é diferente. Pensamos na direção em "360". Geralmente, você tem um diretor artístico do show e um diretor de vídeo, e desde 2014 dirigimos as duas coisas juntos, sem distinção.
Criamos conceitos, símbolos, e dentro deles temos a proposta de falar sobre o "agora". Quando fizeram o briefing, nos disseram que a dupla não voltaria, que seria um reencontro. Então pensamos em abordar o tempo falando que é preciso viver o presente. Essa ideia casou muito bem com que eles queriam.
O que você lembra da época de "Sandy & Junior"? Ainda mantém contato com o elenco?
É muito louco, cara. Era um clima muito gosto. E depois todos nós seguimos nossos caminhos e ainda assim mantivemos uma conexão muito forte. Sempre mantivemos contato. O Douglas Aguillar, que fazia o Mau, hoje é diretor e tem uma produtora. Ele também faz parte da turnê. Mantenho contato com o Paulo (Vilhena), a Fê (Paes Leme), o Wagner (Santisteban), entre outros. A série foi uma família. Apesar de eu ter participado só do piloto, marcou eternamente.
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