Mangueira presta homenagem a Beth Carvalho: "Era a voz que cantava com a alma"
A Estação Primeira de Mangueira prestou homenagem a Beth Carvalho logo após o anúncio da morte da cantora, que há 50 anos desfilava pela escola de samba carioca. Beth Carvalho morreu hoje, aos 72 anos, no Rio de Janeiro vítima de septicemia (infecção generalizada).
"Com muita tristeza no coração informamos a toda nação verde e rosa que nossa madrinha, Beth Carvalho, nos deixou essa tarde e foi para o andar de cima levar sua alegria junto aos mangueirenses Cartola, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Jamelão entre outros bambas do samba. Um dos mais importantes nomes do samba e voz que cantava com alma as cores de nosso pavilhão", publicou a Mangueira em comunicado no Instagram.
A sambista estava internada no Hospital Pró-Cardíaco, no Botafogo, desde o dia 8 de janeiro. A morte foi confirmada pela equipe da cantora, que emitiu um comunicado: "Nossa querida Beth Carvalho partiu hoje as 17:33, cercada do amor de seus familiares e amigos".
A história de Beth Carvalho
Vinda da Zona Sul carioca, Beth Carvalho entrou para a história como a grande madrinha do samba. Nascida em 5 de maio de 1946, em uma família de classe média, ela teve contato com o samba desde pequena. Aos oito anos de idade já se maravilhava com as gravações de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida. Ainda menina, ao assistir ao desfile das escolas de samba, encontrou outro amor definitivo: a Estação Primeira de Mangueira. Seu grande sonho era ser bailarina, ao qual dedicou muitos anos de sua juventude.
Na adolescência, inspirada pela bossa nova, começou a tocar violão e virou professora de música. Beth mergulhou fundo no samba, rompendo barreiras e dando voz a gênios esquecidos. Passou a gravar sambas-enredo numa época em que apenas homens o fazia. E aproximou-se de dois grandes gênios de sua Estação Primeira: Cartola e Nelson Cavaquinho, assumindo o papel de madrinha.
Gravou sucessos como "Vou Festejar" e "Coisinha do Pai" --esta, muitos anos depois, utilizada para acordar um robô em Marte. E o Brasil passou a conhecer talentos como Jorge Aragão, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Bira Presidente, Ubirany, Zeca Pagodinho.
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