"Game of Thrones" começa sua despedida como maior fenômeno da TV do século
A série "Game of Thrones" que começa a se despedir do público neste próximo domingo (às 22h, na HBO) não é a mesma que estreou tímida, mas ambiciosamente, em 2011. A adaptação épica, baseada nos livros de George R.R. Martin, chega para seus últimos seis episódios como o maior fenômeno da TV do século - e a única produção capaz de mobilizar milhões de pessoas a acompanhá-la semanalmente, em um ritual quase religioso. Um feito e tanto na era do streaming e do binge-watching.
Os números não mentem. O final da primeira temporada de "Thrones" foi visto por pouco mais de 3 milhões de espectadores nos Estados Unidos, enquanto o da sétima registrou 16,5 milhões - um aumento de quase seis vezes. Em média, cada um dos sete episódios do sétimo ano da série foi visto por 30 milhões de norte-americanos, um recorde para a produção da HBO. E como ela também é a mais pirateada da história, provavelmente há outros milhões de espectadores que ficaram de fora da conta.
É um alcance incomparável, que tornou "Game of Thrones" o grande blockbuster da "Era de Ouro" da TV, e também a série mais comentada do momento. Teorias, notícias e especulações mobilizaram obsessivamente os fãs ao longo dos anos. Que o diga Kit Harington: o intérprete do mocinho Jon Snow passou um ano tendo seus passos acompanhados (bem) de perto por aqueles que queriam descobrir se o personagem iria ressuscitar - um processo que fez o ator procurar terapia.
Com momentos icônicos como a morte (e ressurreição) de Jon, o Casamento Vermelho e a decapitação de Ned Stark, seu primeiro grande protagonista, a atração mudou as regras das narrativas de TV, subvertendo as expectativas de quem assistia e marcando, definitivamente, seu lugar no panteão da cultura pop, inspirando artigos, memes e paródias de toda sorte.
Como fenômeno cultural, "Thrones" foi além de seus fãs: hoje, até quem não assistiu a um único episódio, com certeza já se deparou com as imagens do Trono de Ferro, dos cabelos loiros de Daenerys Targaryen e do temido Rei da Noite; ou, no mínimo, já escutou as frases "o inverno está chegando" e "você não sabe nada, Jon Snow".
A produção ainda abriu as portas para um gênero até então pouco valorizado na TV, a fantasia, conferindo-lhe um prestígio inédito que permitiu a chegada de produções como "Vikings" e "The Last Kingdom".
Expectativa
O interesse em torno de "Game of Thrones" se manteve intacto mesmo com o hiato prolongado que antecede a estreia dos últimos episódios da série. Eles chegam quase dois anos após o fim da sétima temporada, tempo que foi utilizado para ampliar a já gigantesca escala da produção.
Segundo a revista "Variety", o custo médio de cada capítulo final foi de US$ 15 milhões, totalizando um gasto de US$ 90 milhões na temporada. É uma cifra alta, principalmente quando se leva em conta que "Thrones" já havia entrado no time das séries mais caras da história com seu sexto anos, cujos episódios custaram US$ 10 milhões.
Não dá para negar que o dinheiro foi bem gasto: não só a saga épica trouxe retorno de público, como entregou constantemente um produto impecável, com sequências de batalhas impressionantes, locações belíssimas, e efeitos especiais de tirar o fôlego. Elenco, direção e roteiro também mantiveram o alto nível, salvo alguns escorregões.
"Game of Thrones", não à toa, caiu nas graças da Academia de Televisão e se tornou a série mais premiada da história do Emmy, o Oscar da TV americana. Já são 47 prêmios para a produção da HBO - e o número deve subir após a premiação deste ano, o que espantou possíveis concorrentes como "The Handmaid's Tale".
Goste ou não, a série da HBO vai se despedir com um estouro. E ela já deixou um legado: a emissora está trabalhando em uma série derivada que contará uma história situada milhares de anos antes, escrita pelo próprio George R. R. Martin.
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