"O Mundo Sombrio de Sabrina": 5 motivos para todo fã de terror amar a segunda parte

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira parte de "O Mundo Sombrio de Sabrina"

"O Mundo Sombrio de Sabrina" está de volta à Netflix para a segunda parte e o clima de terror ainda domina a cidade fictícia de Greendale. Agora platinada, a protagonista vivida por Kiernan Shipka começa uma nova jornada na Academia das Artes Ocultas com foco total em sua vida de bruxa.

Como vimos anteriormente, Sabrina escreveu seu nome no Livro da Besta com a ajudinha do Senhor das Trevas e o relacionamento com seus amigos do Baxter High esfriou -- inclusive ela terminou com o namorado Harvey (Ross Lynch). Os novos episódios continuam onde a primeira parte parou, mas muitos mistérios ainda perturbam a adolescente.

Começando por Faustus Blackwood (Richard Coyle), que ficou no lugar do pai de Sabrina como Sumo Sacerdote da Igreja da Noite e sabe que a menina tem o gênio forte da família. Quem também não quer o sucesso da protagonista é a diretora Mary Wardwell, que troca figurinhas com o Diabo para pregar alguma peça. Por outro lado, Ambrose (Chance Perdomo), Hilda (Lucy Davis) e Zelda (Miranda Otto) servem como protetores da rebelde Sabrina, que agora apronta ainda mais com seus poderes.

A segunda parte segue com o mesmo ritmo do início da série, o que é ótimo. A produção impecável de cenário e fotografia ganha ainda mais espaço e bruxas, criaturas horripilantes e demônios aparecem para assombrar os espectadores. O alívio cômico, outro acerto do projeto que vem direto da HQ criada por Roberto Aguirre-Sacasa e Robert Hack, aparece com mais força e ainda melhor.

A série ainda se mostra diversa, tocando em assuntos delicados que fazem parte da adolescência como sexo, personalidade, encontro de identidade e igualdade entre gêneros. Mesmo levantando bandeira, "Sabrina" aborda todos os tópicos de forma inteligente e que casam com o ambiente sombrio do enredo, colocando a personagem principal como uma figura importante dentro das séries voltadas para os adolescentes.

Porém, os novos episódios são um deleite para os fãs de terror. Desde quem ama os clássicos do gênero aos fãs mais recentes vão ser cativados pelo clima sombrio da série -- e um tanto acolhedor. Temos o gore de "A Noite do Demônio", a cidade pacata e assombrada de Stephen King, o lado cômico de "Todo Mundo Quase Morto" e as maquiagens à lá Guillermo del Toro. Descubra a seguir por que todos que amam tomar sustos precisam nos episódios inéditos de "Sabrina".

Demônios

Eles estão de volta. Vimos na primeira parte alguns demônios atazanando a vida da garota, mas agora a situação está pior já que Sabrina abraçou de vez o seu lado bruxa. Os episódios inéditos trazem novas ameaças, incluindo três reis que são conjurados para tentar destruir a família Spellman. Os efeitos visuais continuam competentes e a caracterização dos personagens é um dos pontos altos da série. Desde o figurino, ora delicado ora ensanguentado, até a maquiagem pesada que lembra alguns hinos do cinema de terror, a série parte para uma linha que vai desde "Invocação do Mal" até "A Coisa" e "Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio".

Humor negro

Alguns podem achar que quebra o tom assustador, mas outros amam. De qualquer forma, o humor em "O Mundo Sombrio de Sabrina" é uma marca da série e ressalta principalmente os personagens considerados secundários. Como uma novela, o núcleo cômico é composto principalmente pela ótima Tia Hilda, que está cada vez mais apaixonada pelo Dr. Cee, dono da Livraria Cerberus. Ainda assim, o charmoso Ambrose e a severa Zelda também garantem boas risadas. Os termos inventados também são ótimos, ainda mais pela brincadeira que fazem com o que nós, humanos, entendemos, como a Madrinha de Desonra e o ritual da Lupercália, um festival de luxúria para os bruxos.

Senhor das Trevas

Aquele que reina as profundezas da Terra, o Senhor das Trevas está mais presente na segunda temporada -- e isto é ótimo. Usando poucos efeitos especiais, a produção aposta em maquiagem e próteses que lembram os trabalhos do diretor Guillermo del Toro, como "O Labirinto do Fauno" e "A Espinha do Diabo". Satã é presença constante na vida da agora diretora Mary Wardwell (Michelle Gomez), mas também na da Sabrina. Ela entregou a alma ao Tinhoso após assinar o Livro da Besta, e tem que cumprir os desejos do seu Senhor. Mas Sabrina realmente está disposta a fazer o que o Diabo deseja?

Uma cidade amaldiçoada

Morar em Greendale -- e não ser bruxo -- deve ser uma experiência horrível. Constantemente a pequena cidade é vítima de alguma maldição ou poder - lembra quando o Anjo Vermelho da Morte caminhou pela cidade? Apesar dos perigos, tudo está calmo no começo da segunda parte da série, e é cativante ver a cidade e imaginar como ela seria na vida real. Ao mesmo tempo, a cidade parece incorporar os temas sombrios, o que leva a duvidar se todo mundo que mora lá e "normal". A situação é parecida com Derry ou Castle Rock, cidades fictícias sempre presentes no universo de terror de Stephen King.

Terror psicológico

Sabrina é perseguida por Lucifer, tem uma amizade conturbada com as Irmãs Estranhas, vive com algum demônio na sua cola, acorda à noite com o fantasma de seu pai perto da cama. Tudo bem, "Sabrina" não tem a mesma profundidade que "Corra!" ou "O Bebê de Rosemary", mas ainda assim é um aspecto importante para criar um clima mais tenso no projeto. E seus personagens secundários também enfrentam dificuldades, cada um a sua maneira. Ambrose se vê perdido após uma tragédia com Luke e tia Zelda vive querendo garantir o poder ao se unir com Padre Faustus ou viver livre sem se amarrar a alguém tão misterioso.