A história por trás do filme "Ela" e o romance entre homem e máquina
A Globo exibe hoje "Ela" na sessão Supercine, a partir das 23h27, como parte de uma maratona de filmes vencedores do Oscar. A edição 2019 da cerimônia que celebra o melhor do cinema acontece no próximo dia 24 de fevereiro.
"Ela" se passa em um futuro não muito distante em que cada atividade cotidiana dos seres humanos é facilitada por um assistente digital. A trama acompanha Theodore (Joaquin Phoenix), um solitário escritor que resolve comprar a mais recente atualização deste dispositivo, imbuída de inteligência artificial.
Nos estágios finais de um divórcio amargo, Theodore acaba se apaixonando pelo sistema operacional, que batiza de Samantha (voz de Scarlett Johansson). O filme acompanha a jornada curiosa deste amor moderno.
A inspiração
O diretor e roteirista Spike Jonze teve a ideia para "Ela" quando foi apresentado por amigos a um site em que uma inteligência artificial conversava com o internauta. "Pelos primeiros 20 segundos do negócio, eu achei realmente incrível. Eu dizia 'Oi', e ela respondia: 'E aí, como você está?'", recontou em entrevista.
"Depois de um tempo, a coisa começou a cair por terra, e eu comecei a entender como ela funcionava. Quanto mais pessoas conversavam com a inteligência artificial, mais ela sabia [sobre como responder mensagens e sustentar uma conversa]", disse ainda.
Outra parte da inspiração veio do divórcio que o próprio Jonze enfrentou em 2003, após quatro anos de casamento com a cineasta Sofia Coppola (diretora de "Encontros e Desencontros", também com Scarlett Johansson). Muitos fãs do diretor veem em "Ela" um pedido de desculpas velado para sua ex-mulher.
De fato, "Ela" é uma daquelas ficções científicas que usam o futuro para falar do presente, ou ao menos de emoções muito familiares no presente. A história de Theodore e Samantha vem cheia de realizações amargas e precisas sobre o amor, a co-dependência e o pavor que sentimos da solidão.
As premiações
"Ela" saiu da cerimônia do Oscar de 2014 com apenas uma estatueta, de melhor roteiro original, vencida por Jonze. O longa também havia sido indicado nas categorias melhor filme, melhor trilha sonora, melhor canção ("The Moon Song") e melhor design de produção.
Vale lembrar também que houve muita polêmica, na época, sobre a "esnobada" de Scarlett Johansson na categoria de melhor atriz coadjuvante. Embora ela atue apenas com a voz, muitos críticos destacaram as emoções expressadas pela atriz no papel de Samantha, e o quanto ela foi fundamental para o filme funcionar.
Johansson foi lembrada pela performance em várias premiações, incluindo o Critics Choice Awards e o Festival de Roma (onde venceu a estatueta de melhor atriz coadjuvante). O Oscar, no entanto, nunca indicou um ator por um papel desempenhado apenas com a voz, e deixou a atriz de fora da disputa.
Se Phoenix emociona com o seu Theodore carente e idealista, Johansson precisa criar todo um arco de personagem para Samantha, enquanto a inteligência artificial aprende mais sobre a humanidade, sobre seu companheiro e sobre si mesma. Mesmo sem mostrar o rosto, a atriz dá um espetáculo.
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