Por que "Nightflyers" não será a sua substituta para "Game of Thrones"
"Nightflyers" chega à Netflix nesta sexta-feira (1º) com um carimbo e tanto: o de ser baseada em uma obra de George R.R. Martin, o autor por trás das "Crônicas de Gelo e Fogo". Mas não vá assistir à nova série esperando um "Game of Thrones do espaço" - a produção é bem, bem diferente da série da HBO, e não é a mais indicada para matar as saudades de quem anseia pelo retorno a Westeros, no dia 14 de abril.
Quer entender o porquê? Explicamos tudo aqui embaixo
Sci-Fi
Algum desavisado pode ouvir o nome de Martin e esperar uma nova história com ambientações medievais, dragões e batalhas épicas - mas a decepção seria inevitável. "Nightflyers" é uma ficção científica espacial, que acompanha um grupo de cientistas que viaja ao espaço com a missão de estabelecer contato com alienígenas. O toque de terror fica por conta dos estranhos acontecimentos que passam a movimentar a nave após a chegada de um misterioso telepata, que pode ou não ser responsável por eles.
Outros dramas
As intrigas palacianas e suas consequências trágicas foram o principal motor de "Game of Thrones" - pelo menos até os Caminhantes Brancos chegarem de vez, na sétima temporada. Nada mais distante dos problemas dos personagens de "Nightflyers". O astrofísico Karl D'Branin (Eoin Macken), líder da expedição, busca superar o luto pela morte da filha; Agatha Matheson (Gretchen Mol), uma psiquiatra especializada em telepatas, precisa lidar com o poderoso Thale (Sam Strike), enquanto supera seus medos de viajar no espaço; e a primeira-oficial da nave, Melantha (Jodie Turner-Smith), foi geneticamente aprimorada para sobreviver ao espaço e vê sua lealdade ser colocada à prova.
Mesmo autor, outro tipo adaptação
"Nightflyers" é baseada em uma história lançada por George R.R. Martin em 1980, mais de uma década antes de o autor levar ao público "A Guerra dos Tronos". Em 1985, ele expandiu o universo da trama de ficção científica com uma série de contos e, dois anos depois, ela foi adaptada para os cinemas em um filme obscuro.
Por conta do contrato de Martin com a HBO, que exibe "Game of Thrones" e já prepara uma série derivada para os próximos anos, o escritor não pôde ter qualquer envolvimento formal com a nova versão de "Nightflyers" - em entrevista à revista "Variety", ele disse que apenas teve o papel de "um observador interessado". Na imprensa especializada internacional, a falta de envolvimento de Martin foi citada várias vezes como o motivo da falta de apelo da série, exibida originalmente nos Estados Unidos pelo canal SYFY, em dezembro. Isso nos leva ao próximo item:
Críticas
Ainda que tenha vários elementos interessantes, principalmente para os fãs de ficção científica, "Nightflyers" não chega a decolar. Em vários momentos, a atração parece apenas uma mera colagem de referências a outras produções do gênero, como "2001 - Uma Odisséia no Espaço", dando a impressão de que falta algo para ela atingir todo o seu potencial. A crítica internacional, definitivamente, não aprovou: no site Rotten Tomatoes, "Nightflyers" tem uma aprovação de apenas 33%, bem distante dos 94% de "Game of Thrones". Nas sete temporadas exibidas até o momento, a produção da HBO provou ser uma unanimidade de crítica e público, o que se traduziu em prêmios: "GoT" é a série que mais coleciona estatuetas no Emmy, o Oscar da TV americana.
A resposta do público a "Nightflyers" também foi morna. Por enquanto, ainda não se sabe se ela terá uma segunda temporada.
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