Fernanda Abreu admite entraves, mas pede que Lei Rouanet não seja demonizada
Fernanda Abreu falou sobre Lei Rouanet e sua trajetória no programa "Mariana Godoy Entrevista". Com mais de 35 anos de carreira, a cantora e bailarina admitiu que o incentivo fiscal
deveria ser destinado a mais artistas novatos do que figurões da indústria musical, mas ao mesmo tempo não acha que a lei deve ser demonizada."Na verdade, a lei deveria beneficiar novos talentos, de várias regiões do Brasil, porque fica um pouco mais concentrada no Sudeste, em São Paulo e no Rio. Então acho que ela pode ser melhorada, aperfeiçoada, mas a gente não tem que demonizar a lei. É uma possibilidade do povo ter mais produção cultural", acredita Fernanda Abreu, que chegou a ter projetos aprovados, mas não conseguiu captar.
A lei passou a gerar desconfiança por parte da população depois de vários casos de artistas famosos que conseguiram recursos. O modo como
o dinheiro é captado, no entanto, segue mal compreendido por parte dos críticos, como também destacou a cantora.A captação da Lei Rouanet é feita por renúncia fiscal. Ou seja, é uma reorganização de imposto, que seria pago aos cofres públicos, mas é direcionado a produções artísticas. Para pessoas físicas, o limite da dedução é de 6% do Imposto de Renda a pagar; para pessoas jurídicas, 4%.
O alto valor pago a projetos e a grande concentração deles nas regiões Sudeste e Sul é um dos pontos da lei mais problemático e criticado por parte de produtores culturais.
Com a extinção do Ministério da Cultura pelo novo governo do presidente Jair Bolsonaro, a pasta responsável por repassar o incentivo fiscal aos artistas passa a ser a do Ministério da Cidadania, que já anunciou a intenção de promover mudanças.
Liberdade artística

Fernanda Abreu também falou sobre censura, já que duas músicas de seu primeiro disco com a banda Blitz, de 1982, foram restritas pela ditadura militar na época. "Era uma bobagem, só porque tinha um palavrão leve, assim, na época. Foi um susto porque a gente acompanhou muito os anos 1970, todos os cantores e compositores tentando driblar a censura e os critérios eram muito loucos. Não fazia sentido, tudo eles achavam que podia ser subversivo."
Ela ainda defende a liberdade artística e as manifestações políticas no palco. "A arte é completamente livre e tem que ser. Ela trabalha com a subjetividade, ela é alma, não tem por que ter qualquer tipo de censura [...] O palco é o lugar do artista, então acho que ele tem liberdade para falar o que quiser e as pessoas tem liberdade para gostar ou não."
O "Mariana Godoy Entrevista" vai ao ar a partir das 23h nesta sexta-feira (4).
63 Comentários
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Um país com tantos desempregados . Outros tantos recebem o salário mínimo.Portanto quem vai a teatro só os ricos Tantos Hospitais precisando de recursos .E o povo sendo obrigado a pagar a conta .Se a verba e destinada pra cultura .Porque deixaram o nosso Museu Nacional pegar fogo . Abaixo famigerada lei Rouanet
Quero o fim dessa lei Rouanet Um país com tantos desempregados .Outros tantos recebem salário mínimo.Quem vai por exemplo a teatros. Só aqueles que podem .Tantos Hospitais precisando de recursos .E esses artistas ricos recebendo muito dinheiro .Isso é uma afronta .Se eles defendem a cultura . Porquê deixaram o nosso Museu pegar fogo .Cadê o recurso pra manter o museu . Fora famigerada lei Rouanet