Topo

Elba Ramalho relembra preconceito e apelidos no início da carreira: "Sofri"

Elba Ramalho no "Programa do Porchat" - Antonio Chahestian/Record TV
Elba Ramalho no "Programa do Porchat" Imagem: Antonio Chahestian/Record TV

Jonathan Pereira

Colaboração para o UOL

07/12/2018 06h46

Elba Ramalho falou do preconceito que encarou no início da carreira no "Programa do Porchat" de quinta-feira (6). A cantora citou as comparações que ouvia logo que começou a fazer sucesso.

"Sofri muito. A solidão, o descaso, o preconceito, a falta de cultura, os muros que separavam o Brasil durante muitos anos. Chegava falando de xote, baião, maracatu e, quando eu me apresentava, tentavam me dar apelidos: Janis Joplin da Caatinga, do Sertão, Rita Lee da Caatinga, Tina Turner do Agreste...", recorda.

"Eram aqueles críticos mauzinhos, com um pouco de veneno. Eu dizia que enquanto eles ladravam, minha caravana cantava. Transformei tudo em comédia. As pedras são inevitáveis na vida dos artistas. Com as pedras que jogaram, construí castelos maravilhosos", filosofa.

Nudez e drogas
O ensaio nu não foi esquecido. "Às vezes eu estou fazendo um show, alguém mostra a 'Playboy', eu morro. O suor desce, vai escorrendo, eu digo: 'tire essa revista, esconda da minha frente'. Foi em 85, era uma época que as artistas faziam", diz.

A cantora afirma que era comedida nos "excessos" que a juventude de sua época cometia. "Rolava uma farrinha, sexo, drogas e rock n roll, mas sempre fui quietinha. Das drogas não sofri tão pesado. Tinha as lembranças do meu pai, criação rígida, dava meu trem eu ia embora"

Solteirice
Na vida amorosa, prefere estar sozinha. "Eu sempre gostei de namorar. Comecei a casar, eu acabava um casamento, começava outro, foram durando. Não fiz voto de castidade, estou dando um tempo para mim. Estou há sete anos sem namorar, chegou uma hora em que eu quis ficar só, nunca tinha ficado. Eu sempre vivia para os outros, sempre estava dando satisfação a um relacionamento. O último foi tão tumultuado, foi tão estressante que eu fiquei com um pouco de trauma", confessa.

Aos 67 anos, Elba fala se sente melhor musicalmente hoje. "A voz encorpou, eu ganhei maturidade. A música não passa como um sopro, chega como uma boa ventania. Eu ainda tenho muita vitalidade, tenho muita felicidade e não sinto ainda o peso do envelhecer. Eu me sinto madura, eu me sinto serena, me sinto uma jovem senhora", declara, aos risos.