Globoplay promete catálogo tão grande quanto o da Netflix para 2019
O Globoplay, a plataforma de streaming da Globo, tem uma meta ambiciosa para 2019: ter um catálogo tão vasto quanto o da Netflix no Brasil - isso entre séries próprias, produções da Globo e séries e filmes licenciados.
"Posso garantir o seguinte: no final do ano que vem, nós teremos tantos assets [produções] quanto tem a maior das plataformas que opera no mercado brasileiro", afirmou João Mesquita, diretor-geral do Globoplay, em encontro com jornalistas nesta terça-feira (4).
"Nossos assets são tanto produzidos por nós ou comprados pensando no brasileiro. Não precisamos ir buscar 500 mil conteúdos asiáticos só porque dá volume", continuou, em uma alfinetada aos conteúdos internacionais da Netflix.
Consultada pelo UOL, a Netflix informou que não divulga o número de títulos em seu catálogo.
Investimento em séries
Para atingir o objetivo, o serviço terá um investimento pesado em séries internacionais, as principais estrelas da concorrência. Até o fim do ano que vem, cem produções do tipo devem entrar no cardápio, e parte delas será exibida primeiramente na plataforma -- em jargão televisivo, ela será a "primeira janela de exibição", à frente de canais pagos e outros serviços do tipo.
Os nomes das séries estrangeiras que vêm por aí ainda estão em segredo. A primeira do Globoplay foi "The Good Doctor", em agosto. A série com Freddie Highmore teve os dois primeiros episódios exibidos no "Tela Quente", da Globo, e nos quatro dias seguintes o site registrou oito vezes mais assinaturas. "Sozinhos, esses dias tiveram melhor desempenho do que o melhor mês da nossa história", declarou Mesquita.
Hoje, quatro meses depois "The Good Doctor" ainda é uma das produções mais vistas do serviço, ao lado da novela "O Sétimo Guardião" e da série "Ilha de Ferro", estrelada por Cauã Reymond.
Por enquanto, o Globoplay tem cerca de vinte séries internacionais, incluindo a renomada "Killing Eve", o reboot de "Charmed" e clássicos como "Mad About You" e "Dawson's Creek". A intenção é que o público que chegue por essas séries se afeiçoe também aos conteúdos próprios do serviço, como "Assédio" e a futura "Aruanas", que terá Camila Pitanga como vilã.
"São conteúdos mais ousados, que têm mais sexo, mais violência, e acho que a ideia é abranger tudo. Trazer a Globo para esse público que está procurando séries. Aproximar esse mercado", explicou Bianca Serra, head de conteúdo do Globoplay. Até por isso, a plataforma não pretende diferenciar as séries brasileiras das estrangeiras durante a navegação: "A gente acredita que o conteúdo é rei, não importa se é brasileiro ou espanhol".
Concorrência
Entre os serviços de streaming, o cenário nunca foi tão competitivo: além da Netflix e do Globoplay, o espectador brasileiro pode assinar também o Amazon Prime Video, o HBO Go e o Fox Play. Mas Mesquita não vê isso como uma ameaça, uma vez que o cliente pode optar por dois ou mais serviços simultaneamente.
"Tenho muitas dúvidas de que neste universo nós sejamos uma opção ao Netflix, como a Netflix possa ser uma opção a nós. Pelo que a gente vê lá fora, é que tipicamente há lugar para dois ou três serviços principais, e depois as pessoas complementam. É muito óbvio, pela dinâmica e pela força que a marca Globo tem entre os brasileiros, que nós seremos um desses pilares".
O serviço inclusive vê uma segurança no apoio na emissora, a exemplo da ação feita com "The Good Doctor": "É um canhão que tem uma capacidade gigante. É altamente compensador".
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