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Brie Larson e Tessa Thompson revelam como ajudam a criar diversidade no cinema

A atriz Tessa Thompson em cena de "Westworld" - Divulgação
A atriz Tessa Thompson em cena de "Westworld" Imagem: Divulgação

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

03/12/2018 13h24

Brie Larson e Tessa Thompson estão na linha de frente da luta por mais diversidade de Hollywood. As duas atrizes conversaram com o "The Hollywood Reporter" acompanhadas da ativista Stacy Smith, contando como ajudam a aumentar a inclusão de mulheres e pessoas não-caucasianas no cinema.

Uma expressão chave nesta luta é "inclusion rider". A frase em inglês define uma cláusula no contrato de um ator, produtor, diretor ou roteirista que exige que certa porcentagem de pessoas contratadas para trabalhar na produção seja de determinado grupo social.

Thompson, conhecida por seus papéis em "Thor: Ragnarok" e "Westworld", conta que Smith lhe ensinou sobre este conceito durante uma das reuniões do movimento Time's Up, que surgiu durante as denúncias de assédio em Hollywood, no final de 2017.

Após uma conversa da atriz com a colega Frances McDormand, ela usou o termo no palco ao receber o Oscar de melhor atriz por "Três Anúncios Para um Crime", e logo o burburinho em Hollywood aumentou.

"Os momentos mais incríveis do ativismo são quando temos muitas pessoas diferentes na mesma sala, e tentamos decidir como cada uma pode ser usada fazer a diferença", definiu Thompson.

Brie Larson aparece como Capitã Marvel em fotos divulgadas pela revista Entertainment Weekly - Reprodução/Entertainment Weekly - Reprodução/Entertainment Weekly
Brie Larson aparece como Capitã Marvel em fotos divulgadas pela revista Entertainment Weekly
Imagem: Reprodução/Entertainment Weekly

"Ava DuVernay exigiu que sua equipe contratasse 50% de pessoas não-brancas. Para alguns departamentos, isso foi difícil, mas Ava disse que eles tinham que dar um jeito: 'Vocês podem contratar quem bem entenderem em metade das posições, mas temos que diversificar, porque eu quero que minha equipe reflita o meu projeto e o mundo em que vivemos'", continuou a atriz.

As entrevistadas ainda falaram que os estúdios "tem medo" de estabelecer cotas de contratação, mas que o asusnto não precisa ser um bicho de sete cabeças. "Você simplesmente coloca objetivos, e mede o seu sucesso neles. Você tem que ser transparente, abrir-se sobre os problemas que teve ao tentar diversificar sua equipe", comentou Smith.

"Precisamos nos lembrar que, na era das redes sociais, as pessoas percebem se você fez algo que não reflete o mundo em que vivemos", disse ainda a ativista.

Larson, por sua vez, falou sobre a experiência que teve em "Capitã Marvel" e em "Just Mercy", filme de ação da Warner em que o astro e produtor Michael B. Jordan ajudou a implementar uma cota de 70% de pessoas não-caucasianas na equipe.

"Foi a melhor experiência que eu já tive", disse Larson sobre este último projeto. "Foi a primeira vez na minha carreira em que estive cercada de pessoas de cor, seja na maquiagem, no figurino. Estou no sindicato dos atores deste os sete anos de idade, e só estive ao redor de gente branca. Isso me entristece, perceber que fomos segregados desta forma na indústria".

"Enquanto estiver fazendo imprensa para 'Capitã Marvel', tentarei pressionar por mais diversidade em todos os lugares: nas minhas entrevistas, nas capas de revista, nas roupas que eu estou usando. Isso às vezes significa passar mais tempo pensando nas coisas do que você está disposta, mas vale a pena", completou.