Terry Crews quer "desmontar sistema conivente" com assediadores em Hollywood
Mais do que um dos rostos mais famosos de Hollywood, Terry Crews também cresceu na indústria cinematográfica como um dos principais combatentes aos abusos sexuais do setor. Em uma entrevista para a revista Esquire, ele comentou o desenrolar de seu caso, cujo estopim aconteceu com o seu ex-agente Adam Venit, que o apalpou em uma festa em fevereiro de 2016. "Este último ano inteiro foi como um episódio de 'Black Mirror' e agora estou assistindo ao final vendo os créditos", afirmou.
No artigo, o ator da série "Todo Mundo Odeia o Chris" explicou o porquê de se tornar uma voz ativa após ter sofrido o abuso. E mais, Crews quer ajudar a desmontar todo o entorno das denúncias, ao que se refere ser um "sistema conivente".
Dias após o ocorrido, ele contou o caso a Ari Emanuel, um dos chefes da agência William Morris Endeavor, onde trabalhava Venit. "Eu fui atacado. Não estávamos falando de assédio". Segundo Crews, o executivo garantiu que o agente "perderia bastante dinheiro nos próximos dias" e depois perguntou "quanto seria suficiente para ele".
Para o ator, é importante desmontar o que chama de "culto da toxicidade masculina". "A história que contamos para nós mesmos é que se você é um homem, não pode ser atacado. Como homem, você aprende durante a vida inteira que deve controlar o mundo".
Em seu processo contra a agência e também Venit, ele diz no texto: "Uma mensagem deve ser enviada para aqueles que estão no poder e usam sua força para abusar de maneira predatória. Isso não será tolerado".
Em carta, tanto a WME e o agente se retrataram. Para ele, a questão é mais ampla que o pedido de desculpas. "Meu pai batia na minha mãe e sempre voltava com lágrimas nos olhos e flores. E depois acontecia de novo. Eu não aceitarei desculpas até que aconteça algo realmente. É como se você estivesse dirigindo bêbado, atropelasse alguém e pedisse perdão. Aí você volta para o seu carro e vai embora. Isso é um pedido de desculpas?".
Terry Crews disse estar mais vigilante agora e quer ajudar quem participa dessa batalha. "No processo eu já gastei mais de US$ 400 mil. Que pessoa comum pode fazer isso?". "Você não pode me tratar daquele jeito. Homem, mulher ou criança. Ninguém pode ser tratado assim. Eu tenho zero tolerância".
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