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Mudar de nome dá certo? Veja o que aconteceu com estes 9 músicos brasileiros

Iggor Cavalera, Wanessa Carmago e Fábio Jr; todos eles já mudaram de nome artístico Imagem: Divulgação/Montagem

Leonardo Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

24/11/2018 04h00

Seja por motivações esotéricas, por pressão da gravadora ou simplesmente por vontade própria, muitos músicos brasileiros já optaram por mudar o nome artístico. Geralmente, a ideia é dar uma guinada na carreira, livrando-se de certas amarras do passado.

Mas isso dá certo? Nem sempre. Mas é fato que muitos dos que fizeram a troca, principalmente quando se deu no início de sua trajetória, saíram ganhando. Veja abaixo oito mudanças de alcunha promovidas por músicos nacionais e no que elas resultaram.

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Imagem: Divulgação

Iggor Cavalera

O ex-baterista do Sepultura dobrou a letra G do primeiro nome pouco antes de deixar a banda que o consagrou, em 2006. Em seguida, voltou a se juntar com o irmão Max no projeto Cavalera Conspiracy, bastante elogiado pela crítica. A mudança no nome também marcou outras mudanças. Iggor se mudou para Londres e lançou um projeto solo dedicado à música eletrônica, o Mixhell, ao lado da mulher Laima Leyton e do baixista Max Blum. Embora nunca tenha repetido o sucesso do auge no Sepultura, algo improvável dado o atual cenário do rock, o músico mantém uma carreira sólida e diversificada. Veredito da mudança: não fez muita diferença.

Imagem: Lucas Lima/UOL

Naldo Benny

Ronaldo Jorge Silva na certidão de nascimento, Naldo lançou seu primeiro disco em 2009 e aos poucos foi galgando o sucesso. A explosão veio em 2012 com “Amor de Chocolate” (do verso “Vodka ou água de coco pra mim tanto faz”). Com boa maré, e mirando a carreira internacional, ele decidiu adicionar o sobrenome “Benny” à alcunha artística. Na época, ele explicou o significado: "Benny significa abençoado em hebraico. É a minha cara". Mas nada saiu como planejado. O cantor não voltou ao topo, mesmo apostando ostensivamente na fórmula das parcerias. Pior: o caso de agressão contra mulher, que resultou em condenação a quatro meses de prisão, manchou sua imagem pública. Veredito: não deu certo.

Imagem: Reprodução

Cleo

Inspirada em Cher, Cleo tirou o Pires para se lançar na música em 2018. Dividindo-se entre as telas e a música, lançou dois EPs: “Jungle Kid” e “Melhor que Eu”, com letras em inglês e português, com inspirações que vão desde o pop de Beyoncé ao rock de Marilyn Manson. Houve quem visse a nova fase da atriz como piada de mau gosto, mas muitos fãs apoiaram a empreitada, rendendo milhões de views nas plataformas digitais e mais visibilidade. Tudo o que Cleo faz vira notícia e rende cliques. Provavelmente ela conseguiria o feito mesmo sem a mudança. Veredito: não fez muita diferença.

Imagem: Reinaldo Canato /UOL

Fábio Jr.

Quem tem mais de 50 anos talvez se lembre que, antes de arrebentar corações via rádio e TV, Fábio Jr. foi um desconhecido cantor romântico com músicas e nome artístico em inglês. Assinando Mark Davis, chegou a emplacar o hit “Don´t Let me Cry” na trilha da novela “A Barba Azul”, da TV Tupi, exibida entre 1974 e 1975. Pouco tempo depois, com o desgaste do formato, ele passou a se chamar Fábio Jr. e rapidamente se transformou em uma das personalidades mais populares no Brasil. Vale lembrar que, na década de 1970, os irmãos Ralf e Chrystian também se lançaram cantando baladas em inglês. Veredito geral: funcionou.

Imagem: Cláudio Augusto/Photo Rio News

Sandra de Sá

Sandra de Sá era Sandra Sá do início da carreira até 1984, quando decidiu mudar o nome sob influência de um numerólogo. Sua ideia inicial era acabar com a gagueira que a prejudicava em entrevistas e conversas profissionais importantes. “O grande lance do trabalho dele é que faz você olhar para o seu interior. Sou espiritualizada e não tive receio de assumir o meu novo nome publicamente, porque o que importa é a minha fé”, explicou ela em entrevista à revista “Época”. Após a troca, o sucesso veio à galope, com dezenas de aparições na TV e discos vendendo centenas de milhares de cópias. Veredito: funcionou.

Imagem: Nelson Antoine/UOL

Jorge Ben Jor

Em 1989, o cantor abandonou o Jorge Ben para usar Jorge Benjor e, depois, Jorge Ben Jor. Na época, muito se falou sobre motivações, que estariam ligadas à numerologia. Ben sempre ressaltou a predileção por temas místicos. Mas havia um motivo mais prático: evitar que ele fosse confundido com o americano George Benson na hora de receber direitos autorais. Logo depois da alteração, Ben Jor, um dos nomes mais importantes da MPB, estourou com o megahit “W/Brasil (Chama o Síndico)”. Nos anos seguintes, sua trajetória se mostrou mais discreta, com poucos sucessos e discos lançados. Veredito: não fez muita diferença.

Imagem: Francisco Cepeda/AgNews

Zélia Cristina

Até 1994, Zélia Duncan respondia por Zélia Cristina, conforme seu nome de batismo. Assim ela lançou seu primeiro disco de estúdio “Outra Luz” (1990), com uma mistura de pop e MPB. Mas Zélia não gostou muito do resultado. Por sugestão de Beto Boaventura, presidente da gravadora WEA, decidiu resgatar o antigo sobrenome da família materna. Resultado: seu segundo trabalho, “Zélia Duncan”, já chegou com “Nos Lençóis Desse Reggae”, trilha sonora da série “Confissões de Adolescente”, e a versão de "Catedral", que entrou para novela “A Próxima Vítima” e a catapultou ao patamar de estrela.  Veredito: funcionou.

Imagem: Reprodução/instagram/ludmilla

Ludmilla

A carioca jamais escondeu a admiração por Beyoncé, tanto que escolheu usar o nome MC Beyoncé no início de carreira. Com esse nome, entre 2012 e 2013, Ludmilla começou a fazer sucesso no país com a faixa "Fala Mal de Mim”, apresentando-se em casas de shows de Norte a Sul e participando de vários programas de televisão. Foi quando ela rompeu com o empresário e passou a utilizar o nome de batismo, e a escolha não poderia ter sido mais acertada. Descolada da musa americana, a cantora lançou dois bem-sucedidos álbuns de estúdio e virou figura carimbada no universo pop brasileiro, concorrendo com Anitta. Veredito: funcionou.

Imagem: Reprodução/Instagram

Wanessa Camargo

Em 2009, a filha de Zezé Di Carmago anunciou que abandonaria o sobrenome Camargo para lançar “Meu Momento”, álbum em que mergulhou no pop e trouxe participações do americano Jo Rule e de Rita Lee. O tiro não acertou o alvo. Wanessa recebeu críticas mistas e não conseguiu repetir o êxito de trabalhos anteriores. Em 2016, decidiu voltar atrás com o Camargo no projeto “33”, no qual retomou sua origem sertaneja e adicionou influências do arrocha. Segundo ela, o retorno do nome foi um pedido avô Francisco. Concorrendo com o feminejo, o álbum não engrenou nas paradas. Veredito: não deu certo.

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