Humorista que criticou Stan Lee não se arrepende e diz que "provou seu ponto"

Bill Maher não se arrepende de ter criticado o legado de Stan Lee o dos quadrinhos. Em entrevista ao apresentador Larry King, o humorista explicou que não tinha conhecimento sobre Stan Lee e reiterou que é burro quem acredita que HQs tem um valor profundo.

"Sim, tudo bem. Eu sou agnóstico em Stan Lee. Eu não leio histórias em quadrinhos. Eu nem sequer os li quando era criança. O que eu estava dizendo é que uma cultura que pensa que histórias em quadrinhos e filmes de histórias em quadrinhos são profundas meditações sobre a condição humana é burra. E para as pessoas ficarem bravas com isso só prova o meu ponto", disse o comediante.

Bill Maher retomou seu blog pessoal para causar polêmica no meio do entretenimento no último final de semana. Em texto de três parágrafos, escrito cinco dias após a morte de Stan Lee, o humorista criticou a importância do líder da Marvel, afirmando que ele "inspirou milhões para assistir a um filme", e ainda culpou os quadrinhos pela eleição do atual presidente norte-americano, apontando que apenas um país que ache HQs importantes poderia eleger Donald Trump.

A equipe de Stan Lee na POW! Entertainment escreveu uma carta aberta em resposta a Maher. "Nosso choque com seus comentários nos faz querer dizer, 'Já chega, Bill', mas em vez disso vamos contar com outra das lições de Stan para lembrá-lo de que você tem uma plataforma poderosa. Então lembre-se: 'Com grande poderes vêm grandes responsabilidades'”, escreveu a equipe.

Leia abaixo o texto de Maher na íntegra.

O cara que criou o Homem-Aranha e o Hulk morreu, e a América está de luto. Um profundo luto por um homem que inspirou milhões a, não sei, assistir a um filme, eu acho. Alguém no Reddit [fórum de discussões] postou: “Eu sou tão incrivelmente grato que vivi em um mundo que incluía Stan Lee.” Pessoalmente, eu sou grato por viver em um mundo que inclua oxigênio e árvores, mas cada um é cada um. Eu não tenho nada contra os quadrinhos - eu os leio agora e lia quando era criança. Mas a suposição que todos tinham naquela época, tanto os adultos quanto as crianças, era de que os quadrinhos eram para crianças e, quando você cresceu, você passou para livros de garotos grandes sem as fotos.

Mas então, 20 anos atrás, algo aconteceu - os adultos decidiram que não precisavam desistir das coisas das crianças. E assim eles fingiram que as revistas em quadrinhos eram na verdade literatura sofisticada. E como a América tem mais de 4.500 faculdades - o que significa que precisamos de mais professores do que pessoas inteligentes - algumas pessoas burras se tornaram professoras escrevendo teses com títulos como "Alteridade e Heterodoxia no Surfista Prateado". E agora, quando os adultos são forçados a fazer coisas adultas, como comprar um seguro de automóvel, chamam isso de "adultério" e agem como se fosse uma luta gigantesca.

Eu não estou dizendo que necessariamente ficamos estúpidos. O "João" médio é mais inteligente em muitos aspectos do que ele estava, digamos, nos anos 1940, quando um grande passeio era um curta dos Três Patetas e um musical de Carmen Miranda. O problema é que estamos usando nosso conhecimento sobre coisas estúpidas. Eu não acho que seja um grande esforço sugerir que Donald Trump só poderia ser eleito em um país que acha que os quadrinhos são importantes.