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Nicole Kidman fala sobre ser "estranha", Weinstein e saltar de avião com Cruise

Nicole Kidman, aos 51 anos, é capa da nova "Variety" - Jon Kopaloff/Getty Images
Nicole Kidman, aos 51 anos, é capa da nova "Variety" Imagem: Jon Kopaloff/Getty Images

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

20/11/2018 12h34

Nicole Kidman já fez de tudo no cinema. E, ainda assim, sobra fôlego para estar prestes a aparecer em mais três produções nas telonas: “Aquaman”, “Boy Erased” e “Destroyer”. Capa da nova revista “Variety”, a atriz deu uma longa entrevista, em que abordou detalhes do passado e seus novos papéis, passando por temas como Harvey Weinstein, seu gosto – e medo – por saltar de paraquedas e se definiu como “estranha”.

Definida pela revista como uma “moderna Gracy Kelly”, Kidman afirmou que “não sei bem o que isso quer dizer”. “Eu sou estranha. Então o que as outras pessoas veem como totalmente estranho, para mim não é”. A atriz relembrou “Dogville”, de 2003, em que trabalhou com o também excêntrico Lars von Trier.

“Ele tinha uma mania de entrar nos lugares, mas não pela porta. Então, eu estava no hotel, e de repente ele tentava entrar escalando a janela. Ou de andar pela neve em uma floresta durante o ensaio”, contou ela.

Nicole kidman em aquaman - Legião dos Heróis - Legião dos Heróis
Nicole kidman em "Aquaman"
Imagem: Legião dos Heróis

Um dos papéis que a levou à fama foi em “Um Sonho Sem Limites”. O diretor havia testado mais de 25 atrizes, entre elas Ellen Degeneres, Meg Ryan e Patricia Arquette. “Eu falei: ‘sei que não sou sua primeira opção. Mas este papel foi feito para mim’”. Deu certo.

Mais tarde, Kidman diversificou sua carreira, a ponto de cobrir quase todo tipo de gêneros. Ela define a carreira como “em queda livre”. “Daria pra planejar algo assim? Há só um punhado de atores que podem fazer qualquer papel. Se você quer durar muito tempo, precisa trabalhar e querer contar histórias. Isso o leva a muitas direções e é assim que aconteceu comigo”, diz a veterana, de 51 anos.

Weinstein

Nicole Kidman disse que sabia pouco sobre a vida de assédios de Harvey Weinstein, mas se lembra de broncas dele. Hoje ela é uma das atrizes que luta, por exemplo, pela equidade salarial entre homens e mulheres. Kidman também apoia o #metoo.

Nicole Kidman em "Destroyer" - Divulgação - Divulgação
Nicole Kidman em "Destroyer"
Imagem: Divulgação

“Eu acho que ainda será uma longa jornada. As coisas não mudam do dia para a noite. É importante seguir reiterando, é uma questão que precisa ser tratada com seriedade, por anos e anos”, afirmou ela.

Sobre Weinstein, ela se recorda de ele querer controlar excessivamente suas falas públicas. “Ele ficava muito nervoso. Minha lembrança é apenas de ele falando: ‘Nicole, faça assim’. Eu, propositalmente, mantive distância”, disse a atriz.

Tom Cruise e saltos de paraquedas

Ainda falando em como pode ser um tanto “estranha”, Nicole Kidman teve alguns segredos revelados pelo amigo Hugh Jackman. O ator contou que ela tem a mania de “bicar” comidas e bebidas dos outros. E que ela adora pular de paraquedas.

“Você sabia que ela sabe pular de um avião a 10 mil pés?”, questionou Jackman. “Em um dia, ela pulou umas seis vezes. Ela e Tom [Cruise] costumavam fazer isso. Ela amava". Kidman e Cruise ficaram juntos de 1990 a 2001.

Kidman diz que não era tão fácil. “Nem sempre. Essa é a cruz que carrego na minha personalidade. Chegar lá e falar: ‘Quero ir’. E depois ficar: ‘Não, não, não’. E acabar pulando”.

Atualmente, ela tem papéis bem distintos prontos para chegarem às telas.

Em “Aquaman”, ela faz uma história de quadrinhos pela primeira vez desde 1995, quando esteve em “Batman Eternamente”. Ela aceitou viver a personagem Atlanna para ter a experiência de um trabalho com o diretor James Wan.

Nicole Kidman em "Boy Erased" - Divulgação/Universal Pictures - Divulgação/Universal Pictures
Nicole Kidman em "Boy Erased"
Imagem: Divulgação/Universal Pictures

Em “Boy Erased”, a discussão é sobre cura gay. Ela é uma mãe que leva um filho a um centro de terapia para falar sobre homossexualidade. Kidman deixa claro que é totalmente contra o conceito de “cura gay”. “Eu odeio que ela [a personagem] faça isso. Mas ela não o faz por maldade, ela acha que está ajudando.”

O papel mais complicado foi em “Destroyer”. Ela teve de aprender a atirar e mexer em armas e chegou a ficar depressiva e chorar na primeira vez que leu o roteiro, sobre um crime que envolve um protagonista cheio de demônios interiores.

Seu marido, Keith Urban, chegou a perguntar: “Quando esse inferno vai acabar?”. Urban ainda estranhou as feições da mulher na tela, já que ela teve de usar próteses no rosto para fazer sua personagem.

Aquaman estreia nos cinemas brasileiros em 13 de dezembro. “Destroyer” vai às salas norte-americanas em 25 de dezembro. E “Boy Erased: Uma Verdade Anulada” chega ao público do Brasil em 24 de janeiro.