Assassino de John Lennon diz que "sente mais vergonha a cada ano que passa"
Mark David Chapman, o homem que matou John Lennon em 1980, apareceu em agosto diante de um painel de juízes a fim de decidir se ele poderá ser solto da cadeia em liberdade condicional. A transcrição da audiência foi lançada nesta quinta-feira (15), segundo a Associated Press.
Chapman, que teve a liberdade condicional negada, diz que "sente mais e mais vergonha a cada ano que passa". "Mais de trinta anos atrás, quando fiz o que fiz, não posso dizer que sentia vergonha. Agora, eu sei o que é isso", comentou.
"Vergonha é o que me faz querer cobrir o rosto todos os dias, e faz com que eu não queira pedir nada a ninguém", disse ainda.
Chapman disse que, no dia em que matou Lennon do lado de fora do apartamento do músico, em Nova York, chegou a pensar em desistir do ato. "Eu já tinha ido longe demais para voltar atrás", justificou.
"Eu cheguei a pensar: 'Mark, ele assinou o seu disco, você está com o autógrafo na sua mão, só vá para casa'. Não tinha jeito de eu simplesmente ir embora, no entanto", completou.
O assassino definiu o seu ato como "sem sentido", e disse que não sentia nenhum tipo de animosidade em relação a Lennon. "Eu só queria notoriedade", confessou. "Eu carreguei o revólver com mais balas, porque queria ter certeza que ele estava morto, e não que ficasse sofrendo".
Chapman descreveu o seu trabalho como faxineiro na penitenciária de Wende, nos EUA, e disse que não quer mais ser famoso. Ele finalizou sua declaração dizendo que a dor que causou com o seu crime "vai continuar mesmo depois dele morrer".
Em sua decisão, o painel de juízes justificou a manutenção de Chapman atrás das grades dizendo que liberá-lo "mitigaria a gravidade do seu crime". Os magistrados também citaram que alguém poderia cometer um ato de violência contra Chapman caso ele seja solto, graças a notoriedade do seu crime.
O assassino de John Lennon voltará a buscar a liberdade condicional em agosto de 2020.
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