"Playboy" admite erro em entrevista na qual Ennio Morricone ataca Tarantino
A edição alemã da revista "Playboy" admitiu que as palavras de Ennio Morricone foram "reproduzidas erroneamente" em uma entrevista na qual o lendário compositor italiano parecia criticar Quentin Tarantino, com quem trabalhou em "Os Oito Odiados".
A entrevista gerou manchetes ao redor do mundo no fim de semana. Nela, Morricone supostamente dizia que Tarantino era "um cretino", e que seus filmes eram meras cópias do trabalho de mestres que vieram antes dele.
"Até agora, considerávamos o freelancer que conduziu a entrevista com Ennio Morricone em nosso nome como um jornalista renomado tanto no impresso quanto no rádio", disse o editor Florian Boitin em novo comunicado, nesta terça-feira (13), segundo o "The Hollywood Reporter". "No passado, não tivemos razões para duvidar de sua integridade jornalística e suas habilidades".
"Baseando-se na informação que temos à nossa disposição, precisamos, infelizmente, assumir que as palavras ditas na entrevista foram reproduzidas, em parte, erroneamente. Queremos expressar o nosso arrependimento se retratamos o Sr. Morricone em uma luz falsa. Estamos trabalhando para clarificar este assunto e explorando medidas legais".
Em resposta à sensação causada pela entrevista, Morricone imediatamente negou ter ofendido Tarantino -- ou, em outro trecho da entrevista, a Academia do Oscar, que lhe deu uma estatueta pelo trabalho em "Os Oito Odiados".
"Eu considero Tarantino um grande diretor. Vejo com muita afeição a nossa colaboração e o relacionamento que desenvolvemos no tempo em que passamos juntos", disse Morricone no comunicado. "Ele é corajoso e tem uma enorme personalidade. Nossa colaboração me trouxe um Oscar, o que com certeza é uma das grandes honras da minha carreira. Eu sempre serei grato pela oportunidade de compor a música de seu filme".
"Em Londres, durante uma coletiva de imprensa na frente de Tarantino, eu disse claramente que o considerava um dos grandes cineastas de todos os tempos. Além disso, eu jamais falaria mal da Academia -- ela é uma instituição importante que me deu algumas das maiores honras da minha carreira", completou.
Morricone, que completou 90 anos no último dia 10 de novembro, compôs alguns dos temas mais reconhecidos da história do cinema. Seus trabalhos em "Três Homens em Conflito" (1966), "Cinzas no Paraíso" (1978), "O Enigma de Outro Mundo" (1982) e vários outros títulos são considerados clássicos.
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