Quem é Rosalía? "Concorrente de Anitta", espanhola chamou atenção no EMA
Anitta não está sozinha na corrida para conquistar o mundo da música pop. Embora os fãs brasileiros só tivessem olhos para a categoria de melhor artista hip hop no Europe Music Awards, que Anitta entregou para Nicki Minaj, uma cantora espanhola em ascensão roubou a cena da cerimônia, que aconteceu em Bilbao, na noite desse domingo (4).
Aos 25 anos de idade, Rosalía está de olho nos topos das paradas desde que lançou a música "Malamente", parte do disco "El Mal Querer" (2018). Desde então, a cantora tem flertado com os holofotes da mídia internacional, principalmente pela sua sonoridade única, que faz uma releitura moderna do flamenco com a pop music.
Assim como Anitta, as parcerias internacionais ajudaram Rosalía a alavancar seu nome nas plataformas de streaming. A espanhola divide os vocais com J Balvin em "Brillo". O colombiano, aliás, também já colaborou com Anitta em algumas ocasiões, como no hit "Downtown".
"Ela é muito doce. Uma pessoa única e cheia de personalidade. Uma voz potente de uma mulher forte, o que eu acho necessário para o mundo hoje", disse Balvin em um artigo do site Jezebel.
A cantora rapidamente ganhou fama em seu país ao desafiar a tradição musical do flamenco com suas releituras com roupagens mais modernas. Obviamente, também enfrentou algumas críticas dos mais conservadores que foram rapidamente abafadas enquanto sua popularidade crescia.
No mesmo artigo, Rosalía é questionada se poderia se afastar do gênero. "No primeiro álbum, eu quis estabelecer meu legado musical e honrar o som clássico do flamenco de uma maneira tradicional. Respeitando o máximo, mas com uma estrutura pop e experimental. Algo com instrumentais básicos e um som minimalista. Agora, eu quero algo novo"
Até agora, Rosalía tem dois discos lançados: "Los Ángeles", de 2017, e o mais recente, "El Mal Querer".
No EMA 2018, arrebatou o público ao mostrar "Malamente" em um espetáculo visual, cheio de coreografias e, claro, com muitas melodias da música espanhola.
Paixão, estudo musical e feminismo
Rosalía afirma que começou a dançar aos 6 anos de idade. Aos 13, já estudava música e ouvia flamenco em casa. Sempre apoiada pela família, se lembra da mãe lhe dizendo "estude com paixão", sabendo dos sacrifícios que teria que fazer para se viver de sua arte. Posteriormente, teve aulas na L?Escola Superior de Música de Catalunya (ESMUC).
Sua história musical progrediu naturalmente, mas, aos 17, passou por uma cirurgia nas cordas vocais. O desafio agora era passar por um processo de reabilitação que mudou sua voz. "Eu não tinha esse timbre quando comecei. Nada parecido com isso. Mas eu creio que todos temos um destino e o meu era a música. Eu sempre soube". "A música é uma professora e nos dá muita humildade".
Nesta trajetória, o feminismo também entrou em cena para Rosalía. "El Mal Querer" tem onze faixas que contam diversas histórias do universo cultural do flamenco, algumas com mensagens poderosas. Em "A Ningún Hombre" diz "não deixarei nenhum homem ditar meu futuro, só Deus pode me julgar".
"Para mim é importante que as pessoas saibam que as mulheres podem liderar seus próprios projetos", afirmou.
No disco, Rosalía é de fato a protagonista de sua história. Além de cantar e escrever, ela produziu as faixas, tocou piano, violão e guitarra.
Esse tipo de poder é que a cantora gosta de traduzir não só com a música no álbum, mas também nos shows através da dança e interpretação. "Eu não tenho nenhum preconceito com música ou visual. Gosto de experimentar".
É claro que Rosalía não é uma "concorrente" de Anitta, mas, assim como a brasileira, é uma popstar determinada a chegar no topo com suas canções.
"Música é minha base, a prioridade. Eu sou apaixonada por ela e gosto de cuidar de todos os detalhes".
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