Polícia encontra pacotes-bomba endereçados a Robert de Niro e ex-vice dos EUA
Em meio a uma série de pacotes com artefatos com potencial explosivo enviados a diversos opositores políticos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a polícia agora investiga se o ator Robert de Niro também recebeu um pacote com conteúdo que colocaria sua vida em risco.
A informação é da CNN, junto às autoridades norte-americanas, e foi dada na manhã desta quinta-feira. Além do caso de De Niro, mais um pacote suspeito foi pego pela polícia em Delaware, endereçado a Joe Biden, ex-vice presidente dos EUA de 2009 a 2017.
O pacote encontrado tinha características similares aos que continham artefatos com potencial explosivo enviados para alguns dos maiores nomes que apoiam o partido Democrata - que se opõe ao partido Republicano, de Trump. Um ráio-X mostrou que o mesmo tipo artefato encontrado em outros casos foi achado com De Niro como destinatário.
O endereço para a entrega deste pacote era na Rua Greenwich, em Nova York, onde fica a sede do Tribeca Film Center e do restaurante do ator, chamado Tribeca Grill. De Niro é o fundador do Tribeca Film Festival, que já teve críticas abertas à administração Trump.
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A polícia foi chamada na região do Baixo Manhattan às 4h45 da manhã e encontrou o pacote no sétimo andar. Como na maioria das outras entregas, o endereço de retorno era o da deputada democrata Debbie Wasserman Schultz - nenhuma informação a liga ao envio das bombas. Outra semelhança é a presença de seis selos com bandeiras norte-americanas, dispostos em duas fileiras.
O mesmo tipo de pacote, mas endereçado ao ex-vice-presidente Joe Biden, foi encontrado em um posto de serviço dos correios, no estado norte-americano de Delaware, e está sob investigação.
Até aqui, nenhuma das bombas confirmadas em outros pacotes acabou detonada. Não houve feridos na série de incidentes registrados até aqui.
Donald Trump tuitou nesta manhã culpando a imprensa pelo momento de ódio nos Estados Unidos: "Uma grande parte da raiva que vemos hoje em nossa sociedade é culpa da falso e impreciso trabalho que a grande mídia faz e a que me refiro como 'fake news'. Isso ficou tão ruim e odioso, que não há como descrever. Grande mídia, limpe sues atos, RÁPIDO!"
Crítico ferrenho
A oposição de De Niro a Trump foi sempre muito aberta. Um dos casos mais famosos foi no Tony Awards deste ano, em que o ator e diretor simplesmente disse: "Fuck Trump" (Foda-se Trump). A TV que transmite o evento conseguiu, devido a um pequeno delay até a imagem chegar às telas pelo mundo, censurar o palavrão.
Antes disso, De Niro gravou um vídeo em 2016, com crítica pesada e em que falava que "gostaria de dar um soco na cara" do hoje presidente. O vídeo era para uma campanha anti-Trump. O mandatário dos EUA afirma que "De Niro é um indivíduo de um QI muito baixo".
Para onde foram os pacotes
Segunda-feira (22):
1. George Soros, doador de campanha dos democratas, no estado de Nova York
Terça-feira (23):
2. Casa de Bill Clinton (ex-presidente dos EUA, democrata) e Hillary Clinton (adversária de Trump nas eleições de 2016), no estado de Nova York
Quarta-feira (24):
3. Escritório do ex-presidente Barack Obama (democrata) em Washington DC
4. John Brennan, ex-diretor da CIA e crítico de Trump. O pacote foi enviado à CNN - ele é colaborador da TV. Autoridades em NY confirmaram que o explosivo encontrado na CNN estava ativo - ou seja, com potencial explosivo. O pacote continha ainda um pó branco que será investigado.
5. Eric Holder, procurador-Geral da era Obama, era o destinatário de um envelope com explosivos postado com endereço errado. No endereço de "devolução em caso de impossibilidade de entrega", estava o endereço do escritório da deputada democrata Debbie Wasserman Schultz - onde o pacote foi interceptado.
6. Maxine Waters, deputada democrata, receberia um pacote que foi identificado no centro de triagem da correspondência do Congresso, em Capitol Heights, Maryland
Os pacotes não chegaram às mãos de Obama, nem dos Clinton, uma vez que foram interceptados pelos serviços de inteligência antes.
Em entrevista coletiva, Donald Trump pediu união e condenou a violência política.
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