Julia Roberts fala de #MeToo e projetos na TV e cinema: "Deveria me aposentar"
Julia Roberts estará em todos os cantos nos próximos meses. Na TV, ela aparecerá na série "Homecoming", parceria com o diretor Sam Esmail ("Mr. Robot"), que estreia em 2 de novembro no serviço de streaming Amazon. No cinema, estrela o drama "Ben is Back", que a coloca de volta na corrida do Oscar.
Em entrevista à revista "Entertainment Weekly", Roberts admite que teve experiências maravilhosas em ambos projetos. "Tudo deu muito certo, como em um sonho. Eu não sei, talvez eu esteja pronta. Eu deveria me aposentar", comenta.
Roberts fugiu há muitos anos da loucura de Hollywood, se mudando com o marido Danny Moder e os três filhos (Finn e Hazel, 13; e Henry, 11) para a paradisíaca Malibu, na Califórnia.
Hoje em dia, escolhe a dedo os projetos dos quais quer participar e, ao contrário de colegas de profissão, não tem vontade de passar para trás das câmeras e dirigir um filme. "Eu dirijo todos os dias, o dia todo: 'Levantem, escovem os dentes, peguem a mochila, estejam em casa na hora do jantar'", brinca a atriz sobre a rotina com os filhos.
A distância geográfica não significa que ela não preste atenção nos principais acontecimentos de Hollywood. Os movimentos #MeToo e Time's Up, que denunciaram assédio sexual no ambiente de trabalho da indústria, estão na ponta da língua da estrela. "É importante que as pessoas tenham uma voz, com certeza. É tão, tão difícil saber com clareza o que pensar hoje em dia. Há tanta enganação e tenta m**** mentirosa. Eu sinto que demos cinco passos para frente com #MeToo e Time's Up, mas logo depois regredimos".
Os projetos
Em "Homecoming", Roberts interpreta a misteriosa Heidi, terapeuta de uma organização que trabalha com soldados recém-retornados da guerra. A narrativa, criada por Eli Horowitz e Micah Bloomberg, se divide em dois tempos: no passado, acompanhamos Heidi trabalhando no caso do paciente Walter (Stephan James); no presente, a reencontramos como garçonete em uma cidadezinha do interior dos Estados Unidos, sem nenhuma memória de sua época como terapeuta.
A série é inspirada em um podcast de mesmo nome, em que o papel de Roberts era "dublado" por Catherine Keener ("Corra!"). "[O podcast] me lembrou da época do rádio, com todo mundo sentado em torno do aparelho e ouvindo. Eu achei tão bem feito e evocativo", elogia a atriz.
Enquanto isso, ela encarna uma mãe desesperada para salvar o filho em "Ben is Back", que ainda não tem previsão de estreia no Brasil. A trama se passa em uma janela de 24 horas, na véspera de Natal: é quando Ben (Lucas Hedges), um jovem viciado em remédios, volta para casa da reabilitação, lançando sua família em uma espiral de emoções.
Em uma cena em que os personagens de Hedges e Roberts brigam em uma loja de roupas, a estrela acabou se machucando. "Sim, eu fraturei minha mão", relembra ela. "Eu acho que eles cortaram o take exato em que me machuquei, mas eu realmente bati forte em Lucas naquela cena. Quando começamos a filmar, não sabia que eu ia me envolver tanto".
Roberts espera que o filme jogue uma luz sobre o problema do vício em remédios, considerado emergência de saúde pública nos EUA. "Não existe um vilão ou um mocinho, e uma escolha certa na segunda-feira vira a escolha errada na terça-feira", define. "O filme mostra como é impossível julgar as pessoas que estão nessa situação".
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