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O que rolou no caso Steve Avery desde a 1ª temporada de "Making a Murderer"?

Steven Avery em cena de "Making a Murderer" - Reprodução
Steven Avery em cena de "Making a Murderer" Imagem: Reprodução

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

19/10/2018 04h00

Um dos efeitos colaterais do sucesso de "Making a Murderer", documentário em dez episódios lançado pela Netflix em 2015, é que o mundo passou a prestar atenção a cada passo do caso de Steven Avery e Brendan Dassey. Eles foram condenados por um assassinato no interior do estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, um caso que colocou o sistema de justiça do país e a conduta de autoridades da lei em xeque.

O assassinato da fotógrafa Teresa Halbach rendeu penas de prisão perpétua ao vendedor de ferro-velho Avery e seu sobrinho Dassey, então com 16 anos. O documentário mostra a luta pela liberdade dos dois, depois de dez anos presos. A primeira temporada parou em 2015 com Avery e Dassey presos, mas ainda mantendo a sua inocência e dizendo que policiais preconceituosos e vingativos "armaram" a acusação contra eles.

Desde então, muita coisa rolou neste caso e tudo será coberto em detalhes e com acesso exclusivo na segunda temporada, que chega nesta sexta-feira (19) à Netflix.

O que você precisa saber (e lembrar) antes de começar os novos episódios:

A nova advogada

Kathleen Zellner - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Apenas um mês depois do lançamento da série, em janeiro de 2016, a renomada advogada Kathleen Zellner se juntou ao caso de Avery. Dias depois, ela entrou com processo citando que os direitos de seu cliente foram violados durante a investigação do assassinato, e acusando policiais de fazerem buscas em lugares onde não estavam autorizados a entrar.

Já em agosto de 2016, Zellner exigiu que a polícia realizasse novos testes em diversos pedaços de evidência, usando novas tecnologias. Os processos se arrastaram e impediram a advogada de pedir por um novo julgamento para o seu cliente até junho de 2017.

Foi então que, em um documento de mais de 1.200 páginas, Zellner trouxe depoimentos de especialistas que negavam que Teresa Halbach poderia ter sido morta da maneira como a polícia descreveu. Além disso, citou violações éticas do promotor-chefe do caso, Ken Kratz --na primeira temporada ele foi afastado do cargo por acusações de assédio sexual.

Em outubro de 2017, o processo de Avery para conseguir um novo julgamento foi negado.

A saga de Dassey

Brendan Dassey - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Enquanto isso, o sobrinho de Avery conseguiu uma vitória na justiça em agosto de 2016: o juiz William Duffy reconheceu que a confissão do garoto para a polícia foi conseguida de forma ilegal, e deu 90 dias para promotores locais decidirem se o encaminhariam para um novo julgamento ou o liberariam.

Os promotores "contra-atacaram" com um processo alegando que a permanência de Dassey na cadeia era o melhor para o "bem-estar público". Em novembro, o mesmo juiz Duffy declarou, apesar do processo, que Dassey deveria ser liberado, mas sua decisão foi bloqueada por uma corte superior, exigindo um novo julgamento.

Em junho de 2017, um painel de três juízes decidiu que Dassey deveria ser solto. Já em dezembro, outro painel bloqueou essa decisão e manteve o garoto na cadeia.

Um novo suspeito

Bobby Dassey - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

O caso continuou com suas reviravoltas em 2018. Em fevereiro, o time de advogados de Dassey tentou levar o caso para a Suprema Corte americana, onde poderia argumentar que os direitos do seu cliente haviam sido violados. Em junho, a audiência com a Suprema Corte foi negada.

Enquanto isso, em julho, a advogada de Avery entrou com processo pedindo para incluir novas evidências no caso. Segundo ela, dados encontrados no notebook da família de Brendan Dassey apontavam que o seu irmão mais velho, Bobby, havia dado falso testemunho durante a investigação original.

Nos documentos, Zellner sugeriu que Bobby Dassey pode ser um novo suspeito na morte de Teresa Halbach.