Topo

Lady Gaga chora ao lembrar assédio sexual aos 19: "Me mudou para sempre"

ELLE"s 25th Annual Women In Hollywood Celebration -Lady Gaga - Getty Images
ELLE's 25th Annual Women In Hollywood Celebration -Lady Gaga Imagem: Getty Images

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

16/10/2018 16h44

Lady Gaga falou sobre sua experiência com o assédio sexual na indústria do entretenimento durante discurso no evento "Women in Hollywood", promovido pela revista "Elle" na segunda-feira (15). A cantora e atriz revelou que tinha 19 anos quando foi assediada.

"Aquela experiência me mudou para sempre. Parte de mim se fechou por muitos anos. Eu não disse para ninguém, e evitava até pensar nisso. Eu sinto vergonha disso até hoje, falando com vocês nesse palco", relatou, emocionada. "Eu ainda tenho dias em que penso que foi tudo a minha culpa".

"Depois de contar para alguns homens muito poderosos dessa indústria o que aconteceu comigo, ninguém me ajudou. Ninguém me ofereceu uma luz, ou uma mão para me guiar para um lugar onde eu teria justiça. Eles nem mesmo me apontaram para qualquer tipo de ajuda psicológica, o que eu obviamente precisava", continuou.

"Esses homens se esconderam porque estavam com medo de perder o seu poder. E porque eles se esconderam, eu comecei a fazer o mesmo. Por um longo tempo eu me escondi, até que comecei a sentir dor física. Eu tive que ir ao médico, porque não sabia o que estava errado comigo", disse ainda. "Eu fui diagnosticada com estresse pós-traumático e fibromialgia".

A luta de Gaga contra a fibromialgia foi documentada no filme "Five Foot Two", lançado na Netflix no ano passado. A cantora precisou cancelar sua vinda ao Brasil, no Rock in Rio, por causa das fortes dores musculares causadas pela doença.

"Muita gente acha que essa doença não é real, e sinceramente eu não sei que m**** eu posso dizer para essas pessoas. Eu posso dizer para vocês que ela é uma síndrome que constitui essencialmente em um ciclone de estresse e dor", descreveu a cantora.

"Meu sonho é que cada escola neste país, e espero que um dia no mundo, possa ter um terapeuta ou profissional de saúde mental de plantão. Vamos usar nossas vozes. Sei que já estamos fazendo isso, mas vamos ser ainda mais barulhentas", pediu a seguir.

"Vamos atuar como seres humanos, não só como mulheres. Vamos perceber que existem grandes homens no mundo, e pedir para que eles segurem nossas mãos e lutem conosco por justiça", continuou. "Para mim é isso que significa ser uma mulher em Hollywood. Significa que eu tenho uma plataforma e a chance de fazer a diferença".