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Emicida relembra infância: "Tinha 6 anos e estava pronto para matar alguém"

Emicida em foto promocional - Daryan Dornelles/Divulgação
Emicida em foto promocional Imagem: Daryan Dornelles/Divulgação

Jonathan Pereira

Colaboração para o UOL

11/10/2018 07h23

Emicida recordou as dificuldades da infância no "Programa do Porchat" de quarta-feira (10). O cantor contou como se virava para ficar seguro em casa na ausência da mãe, que tinha dois empregos e estudava.

"Como ela voltava no meio da madrugada, vagabundo sabia que não tinha adulto na casa e forçava a porta para invadir o barraco. Ela ensinou a gente a esquentar óleo na panela, deixar ferver e, se alguém invadisse, a gente jogava na cara da pessoa. O bagulho mais louco é que eu tinha 6 anos e estava pronto para matar alguém", recorda.

Ele tentou se virar desde cedo. "Falaram tanto que eu era o homem da casa que com 7 anos fui procurar emprego. Fui carregar compra em mercado". Alguns brinquedos eram achados no lixo. "Os playboys jogavam brinquedo bom fora, boneco que só faltava um braço. Mexia no lixo dos caras e brincava". 

O discurso de meritocracia o incomoda. "Tenho aversão à meritocracia resolver as coisas. A gente vem de um contexto bastante diferente. Existem pessoas que são pobres, existem pessoas que são pobres e não têm a família. Cada uma dessas diferenças precisa de compensações para que a gente fale sobre mérito. Eu estava em um contexto que poderia ter um final trágico".

Quem gostava de Emicida no começo da carreira precisou de paciência, assume. "Os primeiros fãs pagaram os pecados deles comigo. Imagina pessoas seguindo você, eu achava que era um acerto [de contas]. Uma vez o cara veio num carro filmado, com dois dedinhos do vidro aberto, até ele falar 'sou seu fã', eu já estava assim", diverte-se.