"A vergonha nos silencia", diz Lady Gaga sobre depressão e suicídio
Lady Gaga juntou a sua voz ao do Dr. Tedros Ahanom, diretor da Organização Mundial da Saúde, para escrever ao "The Guardian" sobre um problema sério: o suicídio. O artigo foi publicado nesta terça-feira (9), com o título: "800.000 pessoas se matam todos os anos. O que podemos fazer?".
"Quando você terminar de ler este texto, pelo menos seis pessoas terão se matado ao redor do mundo", começa o artigo. "Às vezes, esse número é formado por nomes famosos como Anthony Bourdain ou Kate Spade, que se tornam manchetes no mundo todo, às vezes não. Todas as vítimas de suicídio, no entanto, são filhos e filhas, amigos e colegas, membros valiosos de suas famílias e comunidades".
Gaga e o Dr. Ahanom caracterizam o suicídio como "o sintoma mais extremo e visível" de uma epidemia de doenças mentais que o mundo ainda não abordou da maneira certa. O artigo cita que, segundo levantamentos oficiais, uma em cada quatro das pessoas na Terra terão que lidar com alguma condição psicológica em algum momento de suas vidas.
O texto continua destacando que os jovens são a parcela mais vulnerável da população, com o suicídio sendo a principal causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos ao redor do mundo. "Apesar da universalidade desse problema, ainda não conseguimos falar abertamente sobre ele, ou oferecer recursos adequados para essas pessoas", escrevem os autores.
"Em famílias e comunidades, nós permanecemos silenciados pela vergonha. O estigma diz que as pessoas que sofrem com doenças psicológicas são menos valiosas, ou tem culpa por seu próprio sofrimento", continuam.
O artigo cita que é preciso mais investimento monetário na saúde mental da população. "Pesquisas apontam que há um retorno quádruplo para cada dólar investido no tratamento de depressão e ansiedade, que são as doenças mentais mais comuns" apontam Gaga e Anahom.
"Nós dois tomamos caminhos diferentes em nossas vidas, mas ambos vimos em primeira mão como a liderança política, o investimento, e a inovação podem mudar o mundo em várias áreas", reconhecem os dois no final do artigo. "Está na hora de fazer o mesmo pela saúde mental".
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