John Oliver chama Bolsonaro de "ser humano terrível" e Haddad de "Lula diet"
John Oliver, um dos apresentadores de maior sucesso da TV dos EUA, com o dominical “Last Week Tonight", usou o segmento principal do programa deste domingo (7) para falar das eleições brasileiras. Entre críticas a Lula e Fernando Haddad e uma explicação sobre a Lava Jato e o processo eleitoral, o vencedor do Emmy endossou o movimento #EleNão e fez principalmente duros ataques ao líder de votação do primeiro turno, Jair Bolsonaro.
Oliver costuma dedicar de 15 a 20 minutos à análise principal do seu programa – Olimpíadas e Copa no Brasil já foram tema, sempre com o humor se alternando às informações. Desta vez, ele foi ao ar enquanto as urnas ainda estavam sendo apuradas, e apresentou críticas a Bolsonaro na maior parte do segmento.
O apresentador contextualizou o momento político do país, em que a maior parte da população está “de saco cheio” e falou dos escândalos de corrupção e do aumento da violência. Citou a Lava-Jato e ironizou a prisão de Lula: “Sim, Lula foi preso na Lava Jato. Ele se diz vítima de uma prisão política e muitos apoiadores acreditam. Ele é tão popular, que teria vencido a eleição se pudesse concorrer da prisão. O que faz sentido. Já que eleger um presidente que está na prisão economiza tempo em ter que colocar seu presidente na cadeia por corrupção.”
Oliver cita Haddad, ex-prefeito de São Paulo e critica o fato de o candidato apegar sua imagem à de Lula. “Isso é um insulto à inteligência das pessoas”, diz ele, sobre uma propaganda do PT com um cartaz que mostra o nome dos dois.
Tudo isso, na verdade, serve como introdução, já que Oliver acaba centrando seu comentário em uma oposição a Bolsonaro e uma defesa do #EleNão. Oliver pontua: “A coisa mais legal que posso falar dele é que ele não foi implicado em um caso de corrupção. Ainda. Infelizmente, isso é a única coisa legal que posso falar dele, porque ele é um ser humano terrível.”
O deputado é ironizado por ensinar o sinal de arma com os dedos a uma garotinha e tem mencionadas diversas polêmicas por conta de misoginia, homofobia e racismo. São citados os casos com Maria do Rosário, em que o deputado disse que ela não merecia ser estuprada por ser feia, e a entrevista a Ellen Page, em que é questionado sobre homofobia e responde dizendo que ele a paqueraria na rua, além de frases em apoio a tortura e a uma volta da ditadura.
"Isso é particularmente preocupante, em um país que até 1985 foi governado por uma ditadura brutal e, apesar daquele regime se basear em tortura e assassinatos extrajudiciais, Bolsonaro disse que o erro foi que eles não foram longe o bastante", opinou Oliver.
Haddad também é chamado de "Lula diet", mas acaba sendo defendido por Oliver. “Se Bolsonaro não vencer em primeiro turno, ainda dá tempo para o Brasil”, diz o humorista. "Brasil, sei que estão enojados com sua política agora e não estão inspirados pelas opções que têm, mas qualquer coisa é melhor que Bolsonaro. O Lula diet é melhor, Homem Aranha é melhor (...) Bolsonaro não reflete o melhor que você é, Brasil. Com alguma sorte, vocês ainda têm a chance de votar #EleNão e não deixar esse cara ‘atirar com os dedos’ em sua democracia", concluiu.
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