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Lá vem o Menino-Taco? A história mais louca do Batman com o novato Batboy

O Batman faz sua estreia em "Batman #90", lançado em 1954 - Reprodução
O Batman faz sua estreia em "Batman #90", lançado em 1954 Imagem: Reprodução

Rodolfo Vicentini

Do UOL, em São Paulo

23/09/2018 04h00

Histórias malucas sempre povoaram o mundo dos quadrinhos e o sensacional "I Love Ya But You're Strange", seção do site "CBR" comandada pelo jornalista Brian Cronin, sempre traz os melhores e mais estranhos contos dos super-heróis famosos da cultura pop. E o mais recente é o do Batboy.

Um dos pontos mais interessantes de todo universo do Batman é que suas ramificações começam sempre com a primeira sílaba de seu nome. Então temos o Bat-móvel, a Bat-caverna e o Bat-cinto, por exemplo. A mesma ideia vale para alguns personagens que aparecem em Gotham City, como a Batgirl e o até então desconhecido Batboy -- o "Menino-Taco", em tradução livre.

Capa da HQ "Batman #90" - Reprodução/DCComics - Reprodução/DCComics
Capa da HQ "Batman #90"
Imagem: Reprodução/DCComics

Só que a brincadeira com o personagem não vem de "Bat" no sentido de "morcego" (como estamos acostumados com a tradução de Batman), mas sim de "taco", já que a palavra "Bat" tem mais de um significado na língua inglesa.

O herói que estreou em "Batman #90", lançado em 1954, usava um taco de baseball e a máscara de um receptor (aquele que fica atrás de quem está tentando acertar a bola) para destruir os vilões.

Tudo começa quando um misterioso rapaz observa alguns criminosos prestes a matar Batman e Robin. Eis que a figura sombria se revela, e decide virar um herói graças ao seu talento de bater como ninguém com seu taco. O problema é que a dupla de heróis da DC está desacordada quando o novato faz seu show e apenas algumas horas depois veem que estão sã e salvos.

"Aqui diz 'cumprimentos ao Batman'", exclama Homem-Morcego, surpreso ao ler um bilhete deixado em seu peito. Robin, um pouco ciumento, diz: "Batboy! Parece que terei um competidor".

O garoto então consegue (ninguém sabe como, talvez nos anos 50 tudo fosse mais fácil) vários utensílios importantes para ajudá-lo na luta contra os vilões, contando ainda com capa, uniforme completo de jogador de baseball, capacete e seu taco.

Página de "Batman #90", lançada em 1954 - Reprodução/CBR - Reprodução/CBR
Página de "Batman #90", lançada em 1954
Imagem: Reprodução/CBR

Brincando com seu Bat-paraquedas, Bat-porco-espinho, Bat-teia e Bat-aríete, o Batboy consegue de alguma forma até mudar o Bat-sinal. Para melhorar, com Batman fora da cidade, é Robin quem precisa de ajuda para limpar os crimes de Gotham City ao lado do novato, o seu "rival".

"De repente, um 'Bat-boy' [brincadeira de duplo sentido com as palavras 'morcego' e 'taco'] vai ajudar a resgatar o outro Batboy!", completa a narração emocionante da HQ escrita por Bill Finger e ilustrada por Sheldon Moldoff e Stan Kaye.

No final, Batboy era um anão que trabalhava como acrobata de circo. O gênio que descobre a verdadeira identidade do colega foi Robin, apontando ainda que Batboy tinha referências muito antigas no baseball para um adolescente. 

O circo em que Batboy trabalhava pegou fogo e ele buscava vingança contra seu chefe, Tapper Nolan, que deixou seus empregados morrerem após o acidente e fugiu correndo do local.

Após encontrar seu arqui-inimigo, o novo herói da DC arranja um emprego como um verdadeiro batboy -- nos Estados Unidos, o termo "batboy" é empregado para quem trabalha nos bastidores de um jogo de baseball, desde pegando água para os jogadores até entregando o taco para o rebatedor. 

Tirinha de "Batman #90", de 1954 - Reprodução/CBR - Reprodução/CBR
Tirinha de "Batman #90", de 1954
Imagem: Reprodução/CBR