"Game of Thrones" ou "The Americans"? Veja apostas de quem leva o Emmy em 2018
A maior festa da TV norte-americana está batendo na porta. A cerimônia do Emmy 2018 acontece nesta segunda-feira (17), com transmissão no Brasil pelo canal fechado TNT. A apresentação, neste ano, ficou com os comediantes Colin Jost e Michael Che, do elenco do "Saturday Night Live".
O Emmy premia o melhor em séries, minisséries e filmes para TV da temporada, segundo a votação de membros da própria indústria. É o Oscar da televisão, mas com um ciclo um pouco diferente: neste ano, valem programas lançados entre 1º de junho de 2017 e 31 de maio de 2018, regra criada para respeitar a agenda das séries de TV aberta dos EUA.
Por conta desse calendário “maluco”, “Game of Thrones” entra com sua sétima temporada para a premiação de 2018, após ausência no Emmy do ano passado. O retorno do épico da HBO para a competição complica ainda mais apostas, já bem difíceis de se fazer em uma época em que temos tantas produções de qualidade reconhecidas pela academia de TV.
Será que “The Handmaid’s Tale” terá força para triunfar sobre “Thrones” e levar seu segundo Emmy seguido de melhor série dramática? Ou “The Americans” leva a vantagem por estar em sua última temporada? Em comédia, a academia escolherá a inovação de “Atlanta” ou a efervescência e feminismo de “The Marvelous Mrs. Maisel”?
As dúvidas são muitas. Confira as nossas apostas:
Melhor Série Dramática: “Game of Thrones”
Não subestime a força do Trono de Ferro. Enquanto alguns críticos e fãs torceram o nariz para a sétima temporada de “Game of Thrones”, a indústria continua babando em cima da excelência técnica da produção, imbatível em termos de TV. A série já levou o prêmio maior da noite em 2015 (quinta temporada) e 2016 (sexta temporada), e deve tomar de volta o seu troféu neste ano.
Das séries indicadas, a maior ameaça à primazia de “Thrones” não é aquela que todo mundo pensa - “The Handmaid’s Tale”, que levou o Emmy de melhor série dramática no ano passado, retornou com uma temporada abaixo do esperado que, neste caso sim, machuca e muito suas chances de vencer o prêmio de novo.
Ao invés disso, a zebra da vez é “The Americans”, que concorre por sua sexta e derradeira temporada. A série da FX, coroada como um marco da sua época pela crítica, nunca venceu o Emmy na categoria principal - de fato, só foi indicada por uma outra temporada, a quarta. Se a Academia quiser fazer justiça, a hora é agora, especialmente porque o final de “The Americans” foi magistral.
Melhor Série Cômica: “The Marvelous Mrs. Maisel”
A história nos mostra que, quando a corrida é entre uma ótima produção de verniz tradicional e uma produção revolucionária, o troféu do Emmy normalmente vai para a primeira. No embate das séries cômicas de 2018, está claro onde as duas favoritas, “The Marvelous Mrs. Maisel” e “Atlanta”, estão neste espectro.
Por isso, “Mrs. Maisel” deve ganhar a coroa de melhor série cômica para a Amazon, convertendo a Netflix na única das três grandes plataformas de streaming a nunca ter ganhado alguma das duas categorias principais do Emmy (“The Handmaid’s Tale” é do Hulu).
Enquanto isso, “Atlanta” deve “se contentar” com os prêmios nas categorias de melhor ator (Donald Glover) e melhor direção, pelo elogiado episódio “Teddy Perkins”. É difícil enxergar qualquer outra das indicadas tirando o troféu dessas duas pesos-pesados - nem a estreante queridinha da academia, “Barry”, parece ter chances de vencer.
Melhor Minissérie: “The Assassination of Gianni Versace: American Crime Story”
Salvo alguma grande surpresa, a segunda temporada de “American Crime Story” deve ser para as categorias de Minissérie/Telefilme de 2018 o que “Big Little Lies” foi em 2017.
Caso o favoritismo se confirmar, será a segunda leva de vitórias para a série. O primeiro ano da antologia de Ryan Murphy, que focava no julgamento de O.J. Simpson pelo assassinato da ex-esposa nos anos 1990, também levou um caminhão de Emmys em 2016.
A trama da segunda temporada aborda o assassinato do estilista Gianni Versace e a caçada por seu assassino, o serial killer Andrew Cunanan. Apesar de inferior, ganhou elogios da crítica e conquistou a imaginação do público.
“Versace” enfrenta competição fraca na categoria. “Godless”, da Netflix, impressionou a quem a assistiu, mas não alcançou um público grande o bastante para angariar votos vencedores. A excepcional “Patrick Melrose”, coprodução da Showtime com a SKY, enfrenta o mesmo problema.
Melhor Ator em Série Dramática: Sterling K. Brown, por “This is Us”
Melhor Atriz em Série Dramática: Elisabeth Moss, por “The Handmaid’s Tale”
As principais categorias de atuação em drama devem trazer repetecos do ano passado. Apesar da queda de qualidade em “The Handmaid’s Tale”, Elisabeth Moss continua impressionando com a sua Offred/June, articulando novos recônditos da personagem e mantendo o favoritismo para o prêmio.
O mesmo vale para Sterling K. Brown, o Randall de “This is Us”, que só aprofundou a dimensão emocional de seu personagem na segunda temporada. Quem ameaça a dupla que já levou o ouro no ano passado é só outro duo, composto por Keri Russell e Matthew Rhys.
Os dois são os protagonistas de “The Americans”, sem dúvida as partes mais elogiadas da série. Estão, ambos, em suas terceiras indicações pelos papéis, e carregam a vantagem de estarem se despedindo dos personagens. São absolutamente excepcionais - se o troféu acabar com eles, será merecido.
Melhor Ator em Série Cômica: Donald Glover, por “Atlanta”
Melhor Atriz em Série Cômica: Rachel Brosnahan, por “The Marvelous Mrs. Maisel”
A tendência de repetir atores premiados no ano passado só não fica completa para 2018 por causa de uma ausência triste: Julia Louis-Dreyfus, que adiou as filmagens da sétima temporada de “Veep” devido a um tratamento para câncer de mama. A doença da atriz está em remissão, e as filmagens da série já começaram para um retorno de 2019.
Sem ela, que ganhou seis vezes seguidas o prêmio de melhor atriz em série cômica (2012-2017), o campo fica aberto para a estreante Rachel Brosnahan, que entrega uma performance deliciosa em “The Marvelous Mrs. Maisel”.
Entre os homens, aposte em uma dobradinha de Donald Glover, que já venceu no ano passado por “Atlanta”. Mais em alta do que nunca (tanto como ator quanto como músico, sob o nome de Childish Gambino), Glover deve levar de novo - se Bill Hader (“Barry”) não surpreender.
Melhor Ator Coadjuvante em Série Dramática: Peter Dinklage, por “Game of Thrones”
Melhor Atriz Coadjuvante em Série Dramática: Yvonne Strahovski, por “The Handmaid’s Tale”
Há quem aposte em uma vitória de David Harbour, o Xerife Hopper de “Stranger Things”, na categoria de melhor ator coadjuvante em série dramática. Peter Dinklage e seu Tyrion Lannister de “Game of Thrones”, no entanto, não são competidores fáceis de derrubar.
Com a nomeação em 2018, o ator foi indicado ao Emmy por absolutamente todas as sete temporadas de “Thrones”, e já venceu duas vezes antes. Um terceiro troféu terminaria de consagrar Tyrion como um dos personagens mais marcantes da história da televisão.
Na categoria feminina, “The Handmaid’s Tale” tem nada menos que três da sete concorrentes, entre ela a vencedora do ano passado, Ann Dowd (a Tia Lydia da série). O fardo da segunda temporada, no entanto, ficou mais nas costas de Yvonne Strahovski (Serena Joy), que deve ser recompensada pelo esforço.
Melhor Ator Coadjuvante em Série Cômica: Henry Winkler, por “Barry”
Melhor Atriz Coadjuvante em Série Cômica: Kate McKinnon, por “Saturday Night Live”
Henry Winkler é um dos atores mais amados da indústria televisiva norte-americana. Nos anos 1970 e 1980, marcou para sempre o amável personagem “Fonzie” em “Happy Days”, papel pelo qual venceu dois Globos de Ouro - mas nenhum Emmy.
Ao todo, a indicação pelo trabalho em “Barry”, da HBO, é a sua sétima. Pela qualidade do trabalho, e pelo simbolismo na carreira deste grande ator cômico de 72 anos, a Academia deve celebrar um de seus ícones com um troféu tardio.
Enquanto isso, Kate McKinnon é favorita para o seu terceiro Emmy seguido pelo trabalho no “Saturday Night Live”. A marca cultural que os seus múltiplos personagens na série de esquetes estão deixando é indelével, e a tendência é que sua estrela logo se torne grande demais até para o programa.
Melhor Ator em Minissérie ou Filme: Darren Criss, por “American Crime Story”
Melhor Atriz em Minissérie ou Filme: Laura Dern, por “O Conto”
O prêmio de melhor telefilme do ano foi dado no Creative Arts Emmys, durante o último fim de semana, que adianta algumas categorias secundárias do prêmio. Em uma grande surpresa, “USS Callister” (episódio da última temporada de “Black Mirror”) levou em cima de “O Conto”, longa da HBO estrelado por Laura Dern.
O Emmy de Dern, no entanto, ainda parece bastante garantido. Sua performance na pele de uma sobrevivente de abuso sexual é arrasadora, e a atriz vive um momento especial na carreira - no ano passado, levou o Emmy na categoria de coadjuvante em minissérie por “Big Little Lies”.
Já entre os homens, a vitória de Darren Criss parece bastante segura. O ator, até então conhecido pelo papel de Blaine em “Glee”, entregou performance comprometida como o serial killer Andrew Cunanan em “American Crime Story”, e arrancou elogios da crítica. Se alguém vai surpreender na categoria, talvez seja Benedict Cumberbatch, que já venceu anteriormente por “Sherlock”, dessa vez encarnando o personagem título de “Patrick Melrose”.
Melhor Atriz Coadjuvante em Minissérie ou Filme: Penélope Cruz, por “American Crime Story”
Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie ou Filme: Jeff Daniels, por “Godless”
A dominação de “Versace” deve continuar com o Emmy de Penélope Cruz. Embora os fãs da espanhola estivessem esperando um papel de maior destaque para a sua Donatella Versace na minissérie, Cruz aproveitou o espaço que teve para construir uma personagem marcante.
Enquanto isso, um queridinho antigo da indústria deve levar o seu segundo troféu da carreira para casa por um papel improvável. Jeff Daniels pode ser mais conhecido pelo público de cinema como metade da dupla “Débi & Lóide”, mas encarnou um caubói com propriedade em “Godless”, da Netflix.
Os favoritos podem ser derrubados em suas categorias por dois novatos: Letitia Wright, a estrela do momento por conta de “Pantera Negra”, pode levar por sua performance em episódio de “Black Mirror”; e Brandon Victor Dixon ganhou elogios por seu desempenho como Judas no musical “Jesus Christ Superstar Live!”.
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