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Número de mulheres na TV caiu do ano passado para este, aponta estudo

Alex Bornstein e Rachekl Brosnahan em cena de "The Marvelous Mrs. Maisel" - Divulgação
Alex Bornstein e Rachekl Brosnahan em cena de "The Marvelous Mrs. Maisel" Imagem: Divulgação

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

11/09/2018 09h50

A representatividade feminina caiu na frente e atrás das câmeras da TV norte-americana na temporada 2017-18, segundo novo estudo da universidade de San Diego, publicado nesta terça (11) e reproduzido pelo site "The Wrap".

Em todos os projetos produzidos para a televisão (canais abertos, fechados e serviços de streaming) na temporada, as mulheres contaram apenas 27% dos criadores, diretores, roteiristas, produtores, editores e diretores de fotografia. Na temporada anterior, a parcela era de 28%.

Já na frente das câmeras, as mulheres ganharam 40% dos personagens com falas nas séries de TV, uma queda em relação aos 42% da temporada 2016-17.

O estudo ainda mostra que a representatividade nos bastidores se traduz como representatividade na tela. Em séries com criadoras ou cocriadoras, 47% dos personagens com falas eram mulheres, contra 38% em séries criadas ou cocriadas exclusivamente por homens.

Um bom exemplo é "The Marvelous Mrs. Maisel" - criada por Amy Sherman-Palladino ("Gilmore Girls"), a série é centrada em uma mulher divorciada nos anos 50 (Rachel Brosnahan) que tenta carreira inovadora na comédia stand-up. Já em "Insecure", criada por Issa Rae, a própria interpreta a protagonista, uma assistente social cheia de problemas pessoais e profissionais.

"Nosso estudo indica que estratégias visando aumentar o número de mulheres criadoras e produtoras podem ajudar tendências inconscientes a trabalhar ao nosso favor, e não contra nós", comenta a Dra. Martha Lauzen, uma das autoras do estudo, indicando que criadoras mulheres tendem, mesmo que não propositalmente, a contar histórias de mulheres.

O estudo ainda indica que a representatividade feminina difere dependendo de fatores étnicos. Especificamente em séries de TV aberta nos EUA, 66% das mulheres na frente e atrás das câmeras são brancas, 20% são negras, 7% são de descendência asiática, e apenas 6% são de descendência latina.

Das cinco maiores emissoras abertas norte-americanas (NBC, ABC, CBS, Fox, CW), a mais predominantemente masculina é a CBS, que exibe séries como "The Big Bang Theory", "The Good Doctor" e "NCIS". Apenas 23% dos criadores, produtores, diretores e roteiristas das séries do canal são mulheres.