Museu Nacional do Rio guarda valioso acervo de cerca de 20 milhões de peças
Considerado o maior museu de história natural da América Latina, o Museu Nacional do Rio, atingido por incêndio de grandes proporções neste domingo (2), contava com acervo valioso de cerca 20 milhões de itens, catalogados desde o Brasil Império.
Segundo a assessoria de imprensa da instituição, as perdas são incalculáveis e é possível que todo ou quase todo o acervo tenha sido consumido pelas chamas.
Sediada em um prédio histórico na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte da capital fluminense, a instituição é famosa por abrigar peças de diversas áreas científicas, com destaque para as ciências naturais e antropológicas.
Na seção de antropologia biológica, o museu conta com o mais antigo fóssil humano encontrado no Brasil, batizado de "Luzia" (veja abaixo). Há também coleções de geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia.
Entre as coleções mais famosos do museu estão a egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I, e a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina. Outro destaque é a coleção paleontóloga que inclui a reconstituição do dinossauro Maxakalisaurus topai, que viveu em Minas Gerais.
Já as seções de etnologia contam com objetos que retratam a riqueza da cultura indígena, cultura afro-brasileira e culturas do pacífico. Na de zoologia, destacam-se a coleção de conchas, corais e borboletas, que compreende o campo de invertebrados em geral.
O imóvel do Museu Nacional abriga também uma biblioteca com livros de obras raras. Todo esse acervo foi construído desde 1818 por meio de coletas, escavações, permutas, aquisições e doações.
"Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos os brasileiros", disse o presidente Michel Temer em nota na noite deste domingo (2).
Segundo do site do museu, considerada a instituição científica mais antiga do país, o acervo é catalogado em três grandes núcleos: bibliográfico, científico e documental —este localizado na parte de trás do imóvel, que é vinculado à UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Veja abaixo a descrição de cada um dos acervos.
• Acervo Bibliográfico formado de livros, folhetos, periódicos, multimeios, in-fólios, obras raras, mapas, teses e dissertações pertencentes à Biblioteca do Museu Nacional e da Biblioteca Francisca Keller, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS);
• Acervo Científico composto por exemplares representativos da biodiversidade, fósseis, objetos etnográficos e arqueológicos, pertencentes aos Departamentos de Antropologia, de Botânica, de Entomologia, de Geologia e Paleontologia, de Invertebrados e de Vertebrados;
• Acervo Documental constituído de material arquivístico, custodiado pela Seção de Memória e Arquivo (SEMEAR) e pelo Centro de Documentação em Línguas Indígenas (CELIN).
9 Comentários
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Quem foi que disse que brasileiro precisa conhecer de história? Ele elege os mesmos políticos de sempre e alguns professores ainda fazem questão de enfatizar que alguns deles são os heróis do povo brasileiro (Lula)! Alguns brasileiros querem mesmo é viver na ignorância e de assistencialismo barato! Que bom que esse museu está pegando fogo... (digo isso com tristeza) o brasileiro não o merece e não é digno desse museu nacional – O museu em chamas se suicidou, cansou dos pseudos intelectuais, cansou de tantos analfabetos funcionais, desistiu do Brasil e resolveu deixar este mundo.
Infelizmente o incêndio do Museu Nacional é emblemático da sociedade egoísta que nos tornamos. Como conseguimos chegar a tal ponto?