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Disney é processada por não acomodar visitantes com autismo em parque

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Imagem: Wikipedia

Caio Coletti

Colaboração para o UOL

22/08/2018 10h00

Trinta visitantes de parques temáticos da Disney em Orlando, nos EUA, estão processando a empresa por supostamente impor filas de espera para visitantes que se encontram no espectro do autismo. Um juiz decidiu na última sexta (17) que as acusações têm mérito e que o caso deve ir a julgamento, segundo o "Orlando Sentinel".

O processo em questão tramita na Justiça desde 2016, quando outro juiz decidiu a favor da Disney no caso. No coração do caso está uma política recente dos parques da Disney em torno de visitantes com deficiência: o DAS Card, um cartão que deveria permitir passagem livre para estes visitantes nas atrações. De acordo com os denunciantes, no entanto, as filas do DAS Card ainda podem demorar até 15 minutos.

Embora o tempo pareça curto, muitos dos visitantes que vivem com autismo mais severo não conseguem entender o conceito de tempo, e têm problemas para esperar nas filas, segundo documentos obtidos pelo "Sentinel". "A natureza dessa deficiência neurológica faz com que seja impossível esperar", definem os advogados dos acusadores.

Um dos visitantes em questão, identificado nos documentos apenas como A.L., cresceu perto do parque Disney World e possuía uma rotina de ir às suas atrações preferidas em ordem. Caso não conseguisse ou tivesse que esperar muito, A.L. sofria o que o documento chama de "um surto mental".

O setor de parques da Disney se defendeu das acusações em uma declaração oficial ao "Sentinel". "Os nossos parques se comprometem sempre a prover um ambiente inclusivo e acessível para os nossos visitantes. Em 2016, foi concluído que a Disney cumpriu todas as regras federais, e as acusações foram descartadas. Com essa nova decisão, vamos revisar nossas políticas e avaliar próximos passos", disse o estúdio.

A Disney implementou o DAS Card em 2013, substituindo um esquema que simplesmente permitia que visitantes com deficiências pulassem para o começo da fila convencional das atrações. O método foi abandonado quando visitantes dos parques começaram a pagar pessoas com deficiência para evitar filas.